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Não tenho rabo preso e sou pago pelos clientes para falar o que penso", diz Felipe Miranda, da consultoria Empiricus, empresa que é perseguida pelo petismo por dizer o óbvio: a economia vai de mal a pior. E a culpa, obviamente, é de Dilma. O site da Empiricus já saiu do ar várias vezes e houve tentativa de invadir seus e-mails. É o terrorismo eleitoral dos totalitários:
Não tenho rabo preso e sou pago pelos clientes para falar o que penso", diz Felipe Miranda, da consultoria Empiricus, empresa que é perseguida pelo petismo por dizer o óbvio: a economia vai de mal a pior. E a culpa, obviamente, é de Dilma. O site da Empiricus já saiu do ar várias vezes e houve tentativa de invadir seus e-mails. É o terrorismo eleitoral dos totalitários:
Na última
sexta-feira, toda a artilharia petista se armou contra o banco
Santander depois que um relatório enviado a clientes de alta renda
previa mais dificuldades para a economia brasileira se a presidente
Dilma Rousseff se reeleger. Temendo represália, o banco enviou nota ao
mercado desculpando-se pelo texto da equipe de análise e assegurando que
medidas haviam sido tomadas em relação aos responsáveis. No mesmo dia, o
partido silenciosamente protocolou uma representação contra a
consultoria de investimentos Empiricus Research no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). A justificativa foi a mesma que a usada pelo presidente
do PT, Rui Falcão, para recriminar o banco Santander na sexta-feira:
"terrorismo eleitoral". Ou, de forma mais sofisticada, "fazer
manifestações que interfiram na decisão de voto".
Segundo a
representação, a Empiricus estaria vinculada ao candidato tucano Aécio
Neves, à coligação Muda Brasil e ao Google numa campanha com o intuito
de manchar a imagem da presidente Dilma por meio de propaganda paga. A
consultoria, conhecida no mercado pela forma dinâmica e descomplicada
com que produz suas análises, anunciou alguns de seus textos por meio da
ferramenta Google Ads. Ao longo do último mês, permaneceram em
evidência no Google os anúncios mais clicados por leitores, que eram
justamente os textos intitulados: Como se proteger de Dilma e E se Aécio
ganhar. O ministro Admar Gonzaga, do TSE, acatou o pedido protocolado
em nome de Dilma e concedeu liminar impedindo a Empiricus de
propagandear suas análises no Google. O gigante da internet também foi
alvo de representação, assim como o candidato do PSDB e sua coligação.
Em entrevista ao site de VEJA, o autor dos textos, Felipe Miranda,
afirmou que a medida não intimidará seu trabalho. "O que já vínhamos
falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da
política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar
atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus
clientes para falar o que penso", afirma. Confira trechos da conversa.
O TSE informou a consultoria sobre a representação do PT?
Não,
ainda não recebemos nenhum comunicado oficial. Ficamos sabendo pela
internet. Mas a situação é absurda, pois não há campanha eleitoral da
nossa parte. Podem não gostar do que escrevemos, mas nos colocar ali é
absurdo.
Estão impedidos de produzir análises com foco eleitoral?
Não. Há
uma liminar que nos obriga a tirar aqueles textos do ar. Mas não existe a
possibilidade de alguém nos proibir de fazer nossas análises críticas,
pois aí seria censura explícita. Já seria um ato institucional contra a
liberdade de expressão. Além disso, o que já vínhamos falando aos nossos
clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica
só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma
forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o
que penso.
Como o Google distribuiu os anúncios dos textos produzidos pela Empiricus?
Os dois
textos são muito claros: tratam de uma tese econômica que não é nova e
que mostra que a bolsa cai quando a Dilma sobe nas pesquisas, e sobe
quando o Aécio melhora. O objetivo é simples: nossos clientes devem se
proteger desses solavancos. Os anúncios dos textos chegam de forma
idêntica ao Google, mas, de acordo com a métrica de distribuição desses
anúncios, ficam mais expostos os que são mais clicados. Diante disso,
podemos escolher tirar do Google Ads os anúncios menos rentáveis. O que
não foi o caso dos anúncios sobre as perspectivas econômicas num cenário
de vitória da Dilma e do Aécio.
A consultoria sofreu algum tipo de represália fora a representação no TSE?
Tirando
esse clima de caça às bruxas, de perseguição, nada foi feito. Há, claro,
a militância. Desde a semana passada recebo xingamentos e ameaças de
toda a natureza por email e por meio das redes sociais. Nosso site já
caiu várias vezes e tentaram invadir nossos emails.
Desde a repercussão do caso Santander, o mercado está mais amedrontado?
Não posso
falar pelo mercado, pois não estou a par. Mas o que é certo é que estão
tentando cercear nossa liberdade e nosso dever fiduciário de prover
boas dicas. Nós estamos pessimistas em relação à economia e não posso
ignorar isso em minhas análises. No caso do Santander, entendo que ficou
feio para o banco ter de voltar atrás na opinião de um analista. Mas
não me surpreende, pois os grandes bancos não querem romper relações com
o governo. Mas nós somos independentes e só temos compromisso com
nossos clientes. (Veja).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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