Endereço e telefone de fornecedor em notas fiscais não foram encontrados.
Dados foram passados por empresa, diz assessoria de Benedito Domingos.
Os dados do grupo NIE, especificado na nota fiscal, não conferem. O endereço da empresa, na QNF 18, em Taguatinga Norte, é de uma distribuidora de etiquetas. O telefone não funciona. O dono da distribuidora e moradores da área disseram desconhecer a existência de uma locadora de veículos no local.
A assessoria do deputado informou que a van foi usada para atividades parlamentares e que os dados incorretos na nota fiscal são de responsabilidade do dono da empresa.
O endereço fornecido no site também não é o mesmo da nota fiscal – fica na Colônia Agrícola de Vicente Pires. No local, no entanto, não há nenhuma locadora ou loja do grupo NIE. Moradores da área também desconhecem a existência da empresa.
O dono da van, Edimar Oliveira, afirmou que o telefone da empresa está cortado e que o grupo funcionou no local até dezembro do ano passado, em Taguatinga. Ele disse que o veículo é dele, mas que não tinha como emitir notas para o deputado como pessoa física, por isso usou o nome da empresa.
Em outubro, o deputado Benedito Domingos foi condenado pelo Conselho Especial do TJ por corrupção passiva, formação de quadrilha e fraude em licitação. O pedido de quebra de decoro parlamentar será analisado pela Comissão de Ética da Câmara Legislativa.
Em setembro, a Corregedoria da Câmara Legislativa abriu processo para investigar suspeitas de irregularidades na locação de uma caminhonete de luxo pelo presidente da Comissão de Ética da Casa, Doutor Michel (PEN). A empresa que fez o aluguel do veículo para o parlamentar funciona em uma pizzaria.
Desde 2011, o deputado gastou R$ 108 mil com o aluguel do veículo. Em 2012, ele também pagou o IPVA, o seguro e o licenciamento da caminhonete.
O parlamentar informou que pagou os impostos do carro quando a lei distrital ainda permitia. Ele também afirmou que a empresa funciona na casa do proprietário e que vai pedir a correção dos dados da nota fiscal. O dono da empresa não atendeu às ligações da reportagem.
Lote vazio
Entre fevereiro e julho, o presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT), gastou R$ 29,5 mil com 118 diárias de locação de veículo. No endereço da nota fiscal, havia um terreno vazio. O telefone da empresa também estava programado para não receber chamadas.
À época, o deputado disse que a nota fiscal estava errada e que a locadora funcionava em outro endereço. Ele afirmou que iria cobrar da empresa a correção dos dados.
Pelo celular informado pela assessoria do deputado, o representante da locadora informou que vai construir a sede da empresa no lote vazio. Até lá, o escritório funciona na casa dele, no mesmo condomínio.
Gastos milionários
Nos primeiros sete meses do ano, os deputados distritais gastaram com combustível R$ 408 mil. O valor é suficiente para comprar 136 mil litros de gasolina. Pela média de consumo de 1 litro para cada 10 quilômetros, os parlamentares poderiam ter percorrido mais de 1,3 milhão de quilômetros, o suficiente para dar 32 voltas na terra. Na média, é como se cada deputado tivesse rodado mais de 7 mil km por mês.
Somando salário, cota para contratar funcionários, auxílio-alimentação e verba para gastos de gabinete, como gasolina e aluguel de carros, cada um dos 24 deputados distritais recebe, por mês, R$ 157 mil de verba indenizatória.
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