Colégio Municipal Ruy Barbosa não terá mais aulas à noite, em Goiânia.
Medida afeta estudantes do Programa de Educação de Jovens e Adultos.
No período noturno, estão matriculados 146 alunos. Mas, segundo a direção, apenas 70 comparecem regularmente às aulas. Um problema reconhecido pelo professores, mas que, na opinião deles, não justifica o fechamento.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que há quatro anos tem conversado com os professores sobre a baixa frequência dos alunos. A SME disse gastar R$ 400 mil por ano para manter a escola funcionando à noite, além das despesa com 15 professores. A pasta ressalta ainda que os alunos não serão prejudicados porque há outras escolas próximas.
Os alunos reclamam. De olho no futuro, Marcos Antônio Gonçalves resolveu voltar para a sala de aula depois de 20 anos. Com a notícia do fechamento da escola, ele se sente frustrado. "Preciso de um emprego melhor e para a gente conseguir um emprego melhor tem que voltar para o estudo. Agora, se fechar, vou ter que parar de estudar de novo", lamenta.
O estudante Josué Souza Lima está prestes a terminar o ensino fundamental e defende a continuidade no EJA na escola: "Tem melhorado até minha autoestima. Aqui é muito bom".
Estudantes fizeram manifestação na porta da escola, no Setor Campinas (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Quem estuda e trabalha no colégio o consideram um dos melhores da
região. Ele possui sete salas de aula, laboratório de informática com
internet, biblioteca e quadra de esportes. Toda estrutura é
recém-reformada."A estrutura que temos aqui é comparada a escolas particulares. Nós não ficamos devendo nada para escola particular", defende o professor Eduardo.
"Nós não temos problema de violência. Problema de droga, que é muito comum nas outras, aqui não tem", afirma o educador Fernando Santos da Silva.
Após chegar ao Colégio Ruy Barbosa transferida de uma escola que também fechou, a estudante Dária Ribeiro está disposta a lutar para evitar que a situação se repita: "A gente não pode deixar fechar, né. Quero continuar estudando".
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