Jovens de comunidade quilombola visitam Museu da Gente Sergipana

Pela 1ª vez em um museu, Apolinário se encantou com a interatividade.
Visitantes assistiram o curta-metragem ‘Caixa d’água – Qui-lombo é esse?’.

Marina Fontenele Do G1 SE

Estudantes de comunidade quilombola visitam o Museu da Gente Sergipana (Foto: Marina Fontenele/G1)

Cerca de 40 estudantes e membros da comunidade quilombola Mocambo, no município de Porto da Folha, visitaram o Museu da Gente Sergipana nesta terça-feira (24). Para alguns, esta foi a oportunidade de desvendar um mundo novo de conhecimento e cheio de possibilidades interativas na opção de lazer localizada no Centro de Aracaju, em Sergipe.

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Pela primeira vez em um museu, Apolinário Acácio dos Santos, coordenador geral do quilombo Mocambo, ficou encantado com tanta informação sobre o povo de Sergipe. “É uma experiência que fica para sempre na memória, além de ser uma forma de estimular o interesse pelo estudo nesses jovens. O que eu mais gostei foram as paisagens do estado e de poder interagir com os objetos. A gente só pega em instrumentos para o trabalho, aqui é para aprender”, conta.

Estudantes ficam encantados com a interatividade no Museu da Gente Sergipana (Foto: Marina Fontenele/G1)

A estudante do 2º ano do Ensino Médio anotou todos os detalhes do passeio para contar para os irmãos e para auxiliar na escrita de um relatório que será apresentado no colégio. “Espero voltar ao museu com mais tempo para poder explorar todo conhecimento que existe aqui”, afirma Maria Aparecida Ferreira do Nascimento.
A visitação do grupo faz parte do projeto nacional 'Primavera dos Museus'. O tema deste ano é ‘Museus, Memória e Cultura Afro-Brasileira’ e inclui na programação a exibição do curta-metragem ‘Caixa d’água – Qui-lombo é esse?’ sobre a comunidade quilombola da Maloca, localizada em Aracaju.

Maria Aparecida fez várias anotações para não esquecer a visita no museu (Foto: Marina Fontenele/G1)

Para Ademar Ricardo Rosa, coordenador de cultura da Maloca, a visita ao museu é uma forma de identificação da identidade sergipana. “Aqui nós vemos elementos originados pelos negros como o samba de coco, a capoeira e a fabricação de artesanato, bolsas, de rede de pesca e de cordas de sisal”, destaca.
A comunidade existe há mais de 100 anos e os primeiros moradores da região foram os escravos fugidos das fazendas. Mocambo foi o primeiro local a ser reconhecido e titulado como quilombola pela Fundação Palmares no estado.