Mulher que realizou cirurgia bariátrica preside associação de pacientes.
Bares e restaurantes de Porto Alegre terão que se adequar à norma.
Cirurgia de redução de estômago no RS (Foto: Montagem sobre foto/Arquivo pessoal)
Porto Alegre
é a segunda capital do país com o maior número de obesos. De acordo com
o Ministério da Saúde, 54,1% da população está acima do peso.
Consequentemente, no Rio Grande do Sul,
dois mil pacientes realizam por ano a cirurgia bariátrica. Pensando
nesta parcela da populaç.ão, um projeto de lei poderá ser votado na
Câmara de Vereadores do município obrigando bares e restaurantes a
conceder desconto de 50% para esses clientes.De autoria do presidente da Casa, Thiago Duarte (PDT), a redução do valor se aplicaria para pacientes que realizaram algum tipo de gastroplastia. Normalmente, essas pessoas consomem uma média de 200 gramas por refeição. Segundo o vereador, que é também médico, a ideia é diminuir a segregação que estes pacientes sofrem. “Eu vejo como uma adequação necessária. Estaríamos evitando a hiperestimulação alimentar”, explicou Duarte ao G1.
Porto Alegre é a segunda capital com maior número de obesos
Após a operação, a pessoa diminui definitivamente a fome, que com um estômago pequeno passa a ingerir uma quantidade muito menor de alimentos, levando a uma perda média de 35 a 40% do peso inicial. Além disso, o paciente passa por uma reeducação alimentar e precisa ser apoiado e compreendido pela sociedade, segundo o vereador. “O grande mérito do projeto é ter lançado essa discussão sobre a obesidade. A ideia é haver a possibilidade ou do desconto, ou da meia porção”, completa Duarte.
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Sul (Abrasel-RS), alguns locais já possuem a opção da meia porção e trabalham com linhas "light". "A gente entende que esse é um tema bastante polêmico e requer uma discussão mais ampla, já que envolve uma série de fatores, como econômico e liberdade de funcionamento da casa", aponta a diretora-executiva da Abrasel-RS Thais Kapp.
A entidade aponta também a necessidade de comprovação da realização da cirurgia. "Um dos argumentos do projeto é o constrangimento, esse problema não existe mais. Hoje temos muitas opções de cardápio", concluiu Thais.
Bianca chegou a pesar 136 quilos após o nascimento da filha (Foto: Arquivo Pessoal/ Bianca Tessele)
A presidente da Associação Rio-Grandense de Apoio aos Operados
Bariátricos (GabSul), Bianca Tessele, reitera a necessidade da criação
de documentos que possam comprovar a realização do procedimento. "Já
temos uma série de convênios com locais, além dos restaurantes,
academias e lojas de cosméticos, para que haja um desconto para quem fez
a redução de estômago. O ideal, no entanto, é desenvolvermos uma
carteirinha que tenha as informações necessárias para apresentar nesses
casos", afirma Bianca. Ela conta que paga de R$ 4 a R$ 5 em rodízios.A mulher, que chegou a pesar 136 kg, realizou a cirurgia há um ano e quatro meses, no Hospital da Santa Casa da capital e diz que a sua auto-estima melhorou muito. "Eu acho que muda muito a vida da pessoa, é uma mudança brusca. Temos que reaprender a comer, a se vestir. É uma nova inserção na sociedade, eu tinha vergonha de sair", relembra a administradora.
O projeto de número 118/2013 foi encaminhado para avaliação da procuradoria e seguirá para análise de comissões da Câmara de Vereadores da capital, como a do meio ambiente e a do consumidor.
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