Ocidentais em busca de paz interior procuram mosteiros do país asiático.
Experiência inclui passar fome, ficar sem falar e acordar de madrugada.
O professor de história britânico Rupert Arrowsmith tem seu cabelo raspado por um monge em Mianmar (Foto: Soe Than Win/AFP)
Acordar antes do amanhecer, passar dias em silêncio e fazer jejum pode
não ser a ideia de férias ideais para muita gente, mas é essa a rotina
dos turistas ocidentais que buscam a paz de espírito nos monastérios de
Mianmar, no Sudeste da Ásia."No início é difícil e você enfrenta muitos problemas para baixar o ritmo e acalmar a mente”, diz o professor de história da arte britânico Rupert Arrowsmith.
Rupert coloca o traje monástico
(Foto: Soe Than Win/AFP)
Ele passou 45 dias em silêncio total no austero monastério Chanmyay
Yeiktha, um edifício cheio de salas para meditação em uma área rural
perto de Yangon, onde o silêncio impera e só é quebrado pelo som dos
pássaros.(Foto: Soe Than Win/AFP)
"É preciso se acostumar a um novo ambiente, a formas diferentes de se vestir, de comer… É como se você estivesse em um campo militar. Até o corte de cabelo tem que ser igual ao deles”, contou Rupert à AFP.
Após o cabelo ser raspado em uma cerimônia de ordenação, os novos monges precisam se acostumar à calma e desafiadora rotina da vida monástica. Isso inclui acordar às 3h30 e praticar meditação sentados ou caminhando a maior parte do dia.
A última refeição é servida às 10h30, e os monges não comem mais nada até se retirarem à noite para quartos individuais, onde dormem em uma cama sem colchão.
Rupert medita caminhando pelo mosteiro
(Foto: Soe Than Win/AFP)
Novo regime(Foto: Soe Than Win/AFP)
Após anos, Mianmar está voltando à trilha do turismo com um novo regime reformista que assumiu o poder em 2011. Com milhares de monastérios, o país espera atrair visitantes interessados nas práticas budistas.
Phyoe Wai Yar Zar, porta-voz do órgão official de turismo de Myanmar, afirma que atualmente os vistos para turistas que querem visitar o país em busca de meditação podem ser facilmente obtidos.
Homens e mulheres podem viver a experiência a partir de duas semanas até vários meses.
O professor Rupert Arrowsmith avisa aos interessados que a experiência é séria. “Isto não é a Disneylândia”, diz. Mas ele garante que a experiência – a segunda dele no monastério – vale a pena. "É essencial para qualquer pessoa que queira entender como sua mente funciona”, recomenda.
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