Eles vão protocolar um pedido de audiência pública com o prefeito.
4ª ato Acorda Aracaju foi iniciado de forma pacífica.
Quarta manifestação em Aracaju tem como ponto de partida a praça Fausto Cardoso (Foto: Marina Fontele/G1 )
Cerca de 550 manifestantes retornaram às ruas de Aracaju
na tarde desta terça-feira (2) para protestar contra o valor da tarifa e
qualidade do transporte público. Os motivos das reinvindicações se
ampliaram e os sergipanos confeccionaram cartazes em protesto aos custos
da Copa do Mundo, problemas no serviço público, corrupção, educação e
cidadania.A concentração foi realizada na Praça Fausto Cardoso, por volta das 15h, as ruas do Centro da capital já aglomeravam dezenas de pessoas, desde crianças até idosos. De lá, os manifestantes seguem em caminhada pelas avenidas Ivo do Prado, Barão de Maruim e Desembargador Maynard em direção à Prefeitura de Aracaju, no Conjunto Costa e Silva, onde vão protocolar um pedido de audiência pública com o prefeito João Alves Filho.
A passeata segue de forma pacífica nas ruas e até o momento nenhuma ocorrência foi registrada. “O grupo está crescendo nas ruas. Todos estão protestando de forma muito bonita, sem violência”, garante o ralações públicas da Polícia Militar, Major Paiva.
Em seguida, o manifesto vai seguir pela avenida Tancredo Neves até o terminal de integração dos ônibus do Distrito Industrial de Aracaju (DIA) onde o professor de Filosofia na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Romero Venâncio, vai ministrar uma aula sobre ‘Desobediência Civil e Transporte Público’.
Segundo a organização do Movimento Não Pago, a aula será embaixo do viaduto Jornalista Carvalho Déda onde o tráfego será interrompido temporariamente.
Idosos participam de manifestação em Aracaju (Foto: Marina Fontenele/G1)
Os protestos foram iniciados no início de junho em São Paulo e ganharam
às ruas de dezenas de cidades do Brasil. O primeiro ato Acorda Aracaju
foi realizado no dia 20 de junho reunindo mais de 20 mil pessoas. O
segundo protesto ocorreu no dia 26 e levou 10 mil manifestantes às ruas.
No dia 28 de junho mais de mil pessoas voltaram e realizaram mais um
ato.Mesmo com o anúncio da redução do preço das passagens do transporte público, os protestos foram mantidos e estão foram realizados em dezenas de municípios e devem continuar nos próximos dias.
“Lutamos pelos nossos direitos de forma digna, sem desrespeitar as autoridades nem o próximo, lutamos por um país melhor. Participamos de um momento histórico em Sergipe e estamos felizes porque nossa mensagem foi bem entendida e todos saíram de casa com o mesmo proposito. Não compactuamos com os atos de vandalismo praticados pro uma minoria. Repudiamos qualquer manifestação que cerceie a liberdade de organização e de expressão”, orgulha-se Demétrio Varjão, integrante do Movimento Não Pago.
Tarifa do transporte público
Antes da manifestação, o prefeito de Aracaju João Alves Filho, reduziu a tarifa de ônibus de R$ 2,45 para R$ 2,35. Ele argumentou que a redução foi possível pelo fato de no fim de maio, o Governo Federal desonerar as empresas de ônibus do pagamento de PIS e cofins. O valor da nova tarifa foi aprovado na terça-feira por 17 votos a favor contra 5 na Câmara dos Vereadores de Aracaju e começou a valer a partir do dia 28 de junho.
Mas o novo valor não agradou e os manifestantes pedem a revogação da lei. “Por mais que esse fato pareça uma vitória das pressões populares, na realidade não passa de uma falsa redução. A tarifa não foi reduzida, na verdade foi reajustada de R$ 2,25 para R$ 2,35. Com a exclusão dos impostos no cálculo da tarifa, a prefeitura sanou apenas uma das graves irregularidades contidas na planilha de custos da SMTT. Vale lembrar que mesmo com um valor de R$ 2,35, o cálculo tarifário continua incluindo custos inexistentes, sem os quais o valor tarifário real seria R$ 1,92. Lutamos também pelo passe livre dos estudantes e desempregados ”, explica Demétrio Varjão.
Demétrio disse que os protestos vão continuar e que eles aguardam uma resposta do prefeito João Alves Filho. “Até o momento o prefeito não nos procurou para dialogar sobre os pontos que estamos reivindicando. Desde o começo o movimento está denunciando a fraude nos gastos com o transporte publico que incluiu na planilha de custos valores que não são reais com gastos que não são feitos. A luta é que o prefeito revogue o valor com o valor real da tarifa”, explica.
Mesmo com o anúncio da redução do preço das passagens do transporte público, os protestos foram mantidos e estão sendo realizados em dezenas de municípios e devem continuar nos próximos dias.
Comércio fecha mais cedo
Os comerciários de Sergipe decidiram aderir ao protesto e de acordo com o presidente da Federação dos Comerciários, Ronildo Almeida, eles fecharam as lojas no início da tarde e seguiram para às ruas com os colaboradores. “Participamos e ajudando a fortalecer essa manifestação que é um ato de cidadania. Os protestos já começaram a mudar o Brasil. Quando o povo se une em torno de um projeto coletivo, o resultado é positivo”, avalia Ronildo Almeida.
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