Entre os projetos da Mandalah, estudo faz GM pensar em futuro sem carro.
Consultoria de inovação está em cinco países e fez 70 projetos em 6 anos.
Desenvolvendo projetos sobre temas variados, a Mandalah acredita que pode fazê-las investir em produtos, serviços e posicionamentos que beneficiem quem compra. Um dos motivos da crença é que foram contratados para desenvolver cerca de 70 projetos nos últimos seis anos por empresas que querem fazer isso.
Lourenço Bustani em frente à Mandalah, sua consultoria de inovação (Foto: Divulgação/Mandalah)
O escritório do Brasil toca entre 5 e 7 projetos por vez sem correr
atrás de clientes. E há outros em curso em filiais de outras seis
cidades do mundo: Rio de Janeiro, Nova York, Tóquio, Berlim e Cidade do
México.Segundo Lourenço, as empresas tomam conhecimento do trabalho da Mandalah por meio de palestras, depoimentos de clientes, contatos de diretores de marketing. É uma espécie de política da consultoria não bater na porta de ninguém por entender que as empresas precisam ter “abertura” para a inovação social.
Depois de um projeto de reposicionamento de marca e outro de energias renováveis, a GM quis saber as tendências do futuro da mobilidade urbana. Como resposta, recebeu da Mandalah informações para pensar no transporte para além do motor a combustão. “Com certeza queremos mudar o que a GM produz, reconfigurar”, diz Bustani. A empresa confirma a consultoria, mas não conta o que está fazendo com as informações por se tratar de questões estratégicas da montadora.
Formada por uma equipe vinda de bancos, indústrias e consultorias, a Mandalah parte da premissa de que é preciso – e possível – usar o consumismo para tornar as pessoas mais felizes. “Se a gente está numa era tão consumista, não seria bom que o que as pessoas consomem fosse bom para elas?”, diz Lourenço.
Bom pra quem consome
O trabalho da Mandalah é fortalecer o negócio fazendo bem a quem consome, ou seja, conciliar a busca por lucro com propósito: o “valor compartilhado”. “As empresas não costumam se enxergar no todo, é por isso que se dão bem e o contexto se dá mal. A gente estimula que façam um ‘zoom out’ do negócio e vejam que a esfera de influência é mais larga do que imaginavam e, quando se aperta as mãos, se criam negócios mais duradouros”, avalia Lourenço. Já que as empresas só pensarão no meio ambiente, nas pessoas e nos impactos causados pelo negócio se isso der resultado, a Mandalah se propõe a tornar isso possível.
É o caso do Sebrae de Minas Gerais, que procurou a consultoria por estar interessado em um mapa da área de mobilidade urbana. As informações seriam a base de novas oportunidades para os desenvolvedores de software, já que o segmento vem perdendo mercado com o uso cada vez maior de serviços em nuvem. A entidade pensou que a melhoria dos deslocamentos na cidade poderia ser uma forma de direcionar a inovação e fomentar negócios.
A mobilidade também foi tema de interesse da BR Petrobras, que encomendou um estudo sobre o universo do motociclismo. O objetivo era desenvolver novas estratégias de posicionamento, comunicação, produtos e serviços alinhados com os anseios do público de duas rodas.
Para a Nike, de olho nos eventos esportivos, a Mandalah investigou como a marca poderia se aproximar dos cariocas e ajudar a integrar a cidade por meio do esporte. Produtores culturais, músicos, grafiteiros deram as pistas sobre o momento da cidade e como marcar presença no Rio de Janeiro. Com as informações em mãos, a Nike estruturou rampas de skate nos Arcos da Lapa, campeonato de futebol entre favelas, um clube em um viaduto, lojas.
A Mandalah também traduziu em imagens o que é o Brasil de hoje ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. A história que a consultoria detectou vai dar “a cara dos jogos”, comandando o design e a arquitetura dos espaços olímpicos.
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