MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Reduzir 10% da poluição de SP 'economizaria' US$ 10 bi em 20 anos


Análise é de Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP.
'Pobres são os que mais sofrem com a poluição', avalia.

Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo

A redução em 10% da poluição na cidade de São Paulo causaria, em um período de 20 anos, a economia de US$ 10 bilhões em gastos com saúde e efeito da capacidade laboral, disse nesta segunda-feira (1º) o médico Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP. Ele fez uma apresentação na Conferência Biodiesel BR, em São Paulo. O evento discute possibilidades e avanços para o uso do biodiesel no país.

“Eu sou médico, mas esse dado mostra como que, até do ponto de vista econômico, a redução da poluição seria melhor”, comenta.
São os mais pobres que pagam a conta. São eles que ficam mais tempo nos corredores de ônibus e passam mais tempo no trânsito"
Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP
Ele diz, ainda, que os pobres são os que mais sofrem com o efeito da poluição em São Paulo. “São os mais pobres que pagam a conta. São eles que ficam mais tempo nos corredores de ônibus e passam mais tempo no trânsito”, afirmou, explicando que a população que vive em regiões periféricas demora mais tempo para chegar ao trabalho.

O especialista chegou aos US$ 10 bilhões confrontando dados de uma série de pesquisas publicadas em revistas científicas. De acordo com ele, a redução de 10% da poluição evitaria a morte de 114 mil pessoas. Essas mortes evitadas é que gerariam a economia de US$ 10 bilhões nos 20 anos, levando em conta as despesas médicas e a capacidade laboral desses indivíduos.

4 mil mortes por ano
O médico afirmou, ainda, que 4 mil pessoas morrem por ano devido a poluição do ar na cidade de São Paulo, ressaltando que 40% da poluição é causada pelas emissões do diesel – daí a importância para a substituição do combustível por um menos prejudicial à saúde. Ele ressalta, ainda, que 10% da frota da capital é movida a diesel.

Apesar de afirmar que o biodiesel também “não é perfume”, Saldiva ressalta que ele emite menos CO2, além de possibilitar o uso de catalizadores em ônibus. “Ele tem baixo teor de enxofre, o que permite colocar catalizador”, afirmou. “É preciso repensar a mobilidade da cidade (...), o que exige mais transporte público. E eu não consigo pensar em novos ônibus com motor a diesel”, afirma.

O especialista ressaltou, ainda, que as mortes por poluição no mundo aumentam a cada ano e, geralmente, têm concentração nas áreas mais pobres, que investem menos na redução da poluição. Saldiva destacou que as mortes por poluição no mundo, atualmente em 2 milhões, devem atingir 4 milhões em 2050. “No fundo, trocamos saúde por dinheiro”, avalia.

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