Bancos de areia se multiplicaram no Rio Pandeiros, no norte de MG.
Área alagada diminuiu nesse importante afluente do Rio São Francisco.
No meio da vasta vegetação de cerrado e de caatinga, com árvores secas e terra árida, fica o pântano mineiro, que é formado pelas águas do rio onde se reproduzem várias espécies de peixes. O Rio Pandeiros, um dos principais afluentes do São Francisco, oferece alimento para milhares de ribeirinhos que estão abaixo da linha da pobreza. A pesca era permitida no local.
O nível do Rio Pandeiros está mesmo baixando. Na cabeceira do rio há várias voçorocas, que são imensos buracos de erosão. A areia que se solta dos barrancos segue para a parte baixa, direto para a nascente, no meio da vereda.
“Na hora que você enterra a vereda, começa a morrer o buriti, começam a morrer outras espécies vegetais. Com isso, começa a secar. A água desaparece. As plantas começam a desaparecem. Toda fauna começa a sentir, é afetada. E 60% dos afluentes do São Francisco são veredas. Uma vez que diminui a quantidade de água, vão secando os rios principais”, diz Cristina Buchio, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais.
De acordo com os pesquisadores, o fenômeno é provocado principalmente pelo manejo inadequado do solo, como queimadas, e pela abertura de estradas.
Nas proximidades da nascente do Pandeiros é possível encontrar o resultado do assoreamento. O rio está sendo tomado pela areia. Segundo os moradores, há uma década era impossível atravessar o leito. Os afluentes do rio, como o Córrego da Raposa, também estão sentindo os efeitos da erosão. Os bancos de areia estão em toda a extensão do rio. “A área inundada era e cinco mil hectares. Hoje, ela não passa de mil hectares. O restante virou areia, assoreamento”, diz o biólogo Wálter Viana.
Cerca de 60% dos afluentes do São Francisco são formados por veredas, áreas ricas em biodiversidade, que estão sendo prejudicadas pela ação do homem.
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