Biblioteca foi criada para auxiliar na identificação das espécies.
Criação da Sapoteca teve início há aproximadamente três anos
Novo serviço vai permitir a internautas saber sobre os sapos da Amazônia (Foto: AP)No campo científico, os pesquisadores deram um novo sentido para o conceito das bibliotecas. Agora, os internautas poderão consultar informações sobre sapos amazônicos em uma plataforma online. Com uma proposta que integra inovação e tecnologia, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (INCT/CENBAM), coordenado pelo pesquisador do Instituto, William Magnusson, passou a dispor na rede uma espécie de “biblioteca de sapos”, intitulada “Sapoteca”.
A coleção tem como intuito principal fornecer uma ferramenta permanente, que possa ser utilizada por cientistas e professores em suas atividades de pesquisa e ensino, preencher lacunas da curiosidade dos amantes da herpetologia, área da zoologia dedicada ao estudo dos répteis e anfíbios, além de atender o público em geral com informações sobre a comunicação acústica dos sapos amazônicos.
Criação da biblioteca dos sapos levou três anos (Foto: HO/UNIMAS/AFP)Arquivos compartilhados
A criação da Sapoteca teve início há aproximadamente três anos, durante o doutorado da pesquisadora Luciana K. Erdtmann, que coordenou o projeto sob orientação da pesquisadora do Inpa, Albertina Lima. As etapas iniciais buscaram digitalizar e organizar gravações de espécies da Amazônia brasileira, realizadas por pesquisadores do grupo e colaboradores, durante expedições a campo.
Serviço vai auxiliar na identificação da espécie (Foto: Secretaria de Estado da Saúde/ Divulgação)Atualmente, informações sobre 40 espécies de sapos estão disponíveis na plataforma online da Sapoteca. Se o usuário busca confirmar uma identificação, ele pode procurar a espécie por seu nome científico, ou através de uma galeria de fotos, procurando o animal mais parecido com aquele que viu em campo. Para cada espécie listada, há uma página contendo foto, vídeo, sons para download, sonograma - gráfico que representa visualmente o som emitido pela espécie - e indicações de artigos científicos relacionados.
Além do acervo prontamente disponível na plataforma online, a coleção conta com mais de 500 arquivos de áudio e 30 vídeos catalogados, que podem ser acessados mediante contato com os curadores.
Difusão multimídia
Para Simões, a difusão dos estudos realizada por meio da plataforma multimídia pode modificar a falta de conhecimento da sociedade em relação a espécies que possuem sua importância na biodiversidade da região. “É uma forma de tentar aumentar a conscientização sobre a diversidade de espécies que temos e que está em risco, seja por projetos de desenvolvimento, ou por desmatamento. Animais como mamíferos possuem um apelo muito maior, mas as pessoas ainda conhecem pouco sobre anfíbios ou répteis. São grupos dos quais as pessoas ainda têm um pouco de medo, desgosto ou receio. Esta é uma boa oportunidade para apresentar parte da biodiversidade que é desconhecida pela maioria da população”, enfatizou.
Sapo amazônico é o principal foco da biblioteca (Foto: Divulgação)Pontes afirma que a iniciativa ajuda a reverter uma situação comum, onde a sociedade não contribui na conservação dos sapos, por falta de conhecimento. “Existem muitos mitos e contos que prejudicam a conservação desses animais. Nesse sentido, oferecer à sociedade uma riqueza tão grande de cantos e seres, pode contribuir para amenizar tanto preconceito. Acho que é um dever da ciência sendo cumprido”, expõe.
A ação conta com o apoio do Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio) do Inpa, responsável pela concessão e manutenção do site. Além disso, o desenvolvimento do projeto, contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que mantém um bolsista permanente atuando na coleção, e com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Sapo colombiano produz veneno, embora não seja muito perigoso (Foto: Robin Moore/ILCP )
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