MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Qualidade da água deve ser avaliada, antes de escolher a praia do verão

 

CPRH monitora, semanalmente, 48 pontos do litoral pernambucano.
Análise leva em conta presença de coliformes fecais na água do mar.

Luna Markman Do G1 PE
Boa Viagem é ponto próprio para banho (Foto: Luna Markman/G1)No Recife, Boa Viagem é ponto próprio para banho
(Foto: Luna Markman/G1)
Sabe aquela praia que você costuma frequentar no verão? Ela pode estar imprópria para banho e você, sujeito a contrair doenças. Antes de entrar no mar, é bom se informar sobre a qualidade da água, a partir do monitoramento que a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) faz - é o estudo da chamada "balneabilidade", através do qual os técnicos da agência avaliam a qualidade da água em 48 pontos do litoral pernambucano.
De acordo com dados da CPRH, entre os dias 23 e 29 de dezembro, por exemplo, trechos das praias de Conceição, Pau Amarelo e Janga, em Paulista; Casa Caiada, em Olinda; Pina, no Recife; Piedade e Candeias, em Jaboatão; e Barra de Sirinhaém, em Sirinhaém, estão impróprios para banho. “Usamos uma metodologia de análise, estabelecida pelo Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente], que estima quantos coliformes fecais existem em uma amostra e, assim, classificamos a qualidade da água em excelente, muito boa, satisfatória ou imprópria”, explica o diretor-presidente da CPRH, Hélio Gurgel.

Quando um ponto é considerado inadequado, o órgão recomenda que o banhista evite o local ou entre no mar a uma distância mínima de 100 metros. “Nós fazemos esse monitoramento toda semana, e os pontos impróprios variam ao longo do ano, principalmente em períodos de chuva, quando há um aumento na vazão das galerias pluviais, que levam água suja para as praias”, comenta Gurgel. No inverno, também diminui a quantidade de luz solar, agente bactericida natural.
Arte // Praias de Pernambuco (Foto: Arte / G1)
Análise
A avaliação sistemática da balneabilidade é feita desde 1986. Os trechos estudados se estendem desde o município de Goiana, ao norte do Estado, até São José da Coroa Grande, o mais ao sul. Apesar de o litoral de Pernambuco ter uma das menores extensões do país, com 187 quilômetros, a valorização do mercado imobiliário e a localização da capital trazem um complicador: Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que 56% da população urbana reside em área litorânea.

Este é o maior índice nacional de ocupação costeira, com densidade demográfica de 913 hab/km2, seguido pelo Rio de Janeiro (806 hab/km2) e Paraíba (373 hab/km2). “Nós selecionamos as praias e os pontos de amostragem de acordo com a frequência do público e o adensamento urbano próximo, que influenciam na poluição das águas. Os dados do monitoramento nos indicam quais áreas precisam de fiscalização, que vai descobrir a origem do dano ambiental, interditar e autuar o responsável pela infração e determinar a ação corretiva”, diz o diretor-presidente.

Entres a infrações mais comuns está a presença de animais e ligações clandestinas de esgoto sanitário. Em 2008, por exemplo, a CPRH autuou um condomínio com esgotamento irregular em Bairro Novo, Olinda, e a praia da região passou de imprópria para própria para banho. Apesar da grande quatindade de banhistas e prédios, Boa Viagem continua sendo uma das melhores áreas para banho, no estado.
O site da CPRH mantém uma lista atualizada das praias impróprias para banho. Antes de vestir o biquíni ou a sunga, vale conferir a página e escolher o melhor local para refrescar o corpo sem riscos.

Riscos

Esgoto, resíduos sólidos, fezes, óleo, graxa... Em mar poluído, o banhista corre o risco de contrair doenças de veiculação hídrica, entre elas, febre tifoide, cólera, salmonelose, disenteria bacteriana, poliomielite, verminoses, hepatite A, amebíase e giardíase. Em todos os casos, a transmissão pode ser feita através da água contaminada. “A melhor forma de prevenção é evitar se expor a áreas de potencial risco e ingerir água não potável”, informa a infectologista Fátima Lima.

Mesmo apresentando valores de coliformes fecais inferiores aos níveis aceitáveis, uma praia pode ser classificada como imprópria pela CPRH quando há resíduos ou despejos capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação. É o caso da presença de animais, que defecam no local. Uma das doenças que podem ser contraídas por eles é a larva migrans ou bicho geográfico. “Ela é transmitida por larvas de parasitas presentes em fezes. O parasita penetra a pele, principalmente o solado dos pés, e se desenvolve, causando inflamação. Outro tipo de parasita que pode estar presente é o Toxoplasma gondii, responsável pela toxoplasmose”, completou a médica.

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