MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Apevisa determina incineração de lixo hospitalar no Agreste de PE

 

Cerca de 50 toneladas de tecido estão interditadas desde outubro.
Empresas têm quinze dias para recorrer da decisão.

Katherine Coutinho Do G1 PE
Lixo hospitalar analisado pelo IC (Foto: Reprodução/TV Globo)Lixo hospitalar foi analisado pelo Instituto de
Criminalística (Foto: Reprodução/TV Globo)
A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) determinou a incineração de todo o estoque de tecidos dos três depósitos suspeitos, cerca de 50 toneladas, de receptação de lixo hospitalar no Agreste do Estado. As três portarias foram publicadas no Diário Oficial de Pernambuco (nº 030/2011, nº 031/2011 e nº 032/2011) nesta quarta-feira (28).

De acordo com a Apevisa, as perícias da Polícia Federal (PF) e do Instituto de Criminalística de Pernambuco (IC) constataram a presença de sangue e resíduos nas amostras de tecidos recolhidos nos galpões do Agreste. “Precisávamos responder duas perguntas: se o material interditado nos galpões já tinha sido utilizado e, se sim, se tinham sido utilizados em serviços de saúde. Os laudos comprovam essa situação”, explica o gerente da Apevisa, Jaime Brito. “Tecidos já utilizados em serviços de assistência à saúde são classificados como resíduos de serviços de saúde, ou seja, lixo hospitalar”, acrescenta Brito.
Os depósitos das empresas N.A. Intimidade, de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, e Império do Forro de Bolso, em Caruaru, estão interditados desde outubro. “Com a constatação de que o tecido já havia sido utilizado em hospitais, é preciso inutilizá-lo. O lixo hospitalar, ao ser produzido, precisa ser acondicionado em recipientes especiais e ser encaminhado para incineração ou aterros específicos. Não temos esse tipo de aterro aqui em Pernambuco, por isso a incineração é a única solução”, justifica Brito.
As empresas têm 15 dias para recorrer da decisão. Caso não recorram, a incineração deve ser imediata, segundo Jaime Brito. “Não podemos protelar essa situação. Se não houver recurso, vamos ordenar a inutilização do material que está interditado nos depósitos”, diz o gerente da Apevisa.

O advogado da empresa N.A. Intimidade, Gilberto Lima, informou que o escritório está em recesso e só vai comentar o caso no dia 2 de janeiro, quando volta ao trabalho. A equipe do G1 tentou entrar em contato com os responsáveis pela empresa Império do Forro de Bolso, mas até a publicação dessa reportagem eles não foram encontrados para comentar a situação.
O caso
No dia 11 de outubro, foram apreendidos dois contêineres no Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, com cerca de 46 toneladas de lixo hospitalar vindo dos Estados Unidos. O destino da carga era uma empresa de Santa Cruz do Capibaribe, integrante do polo têxtil no Agreste do Estado. Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) participam das investigações desde então, tendo também o subsídio da Polícia Civil do Estado, além do apoio de agências americanas. A partir disso, lençóis e pedaços de tecidos, com nomes de hospitais americanos, foram encontrados em vários locais, inclusive em outros estados.

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