MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 4 de dezembro de 2011

Índios querem força-tarefa policial para conclusão de inquéritos em MS

 

Pedido foi feito a membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Comitiva de Brasília visitou acampamentos indígenas em MS no sábado (3).

Do G1 MS
Membros de comissão da Câmara Federal conversam com índios (Foto: Divulgação/Aty Guassu)Membros de comissão da Câmara conversam com
índios (Foto: Divulgação/Aty Guassu)
Representantes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, acompanhados por membros do Ministério Público e da Polícia Federal, visitaram neste sábado (3), três acampamentos indígenas no interior de Mato Grosso do Sul. O acampamento Guaiviry, atacado por pistoleiros em novembro, foi um dos locais visitados.
De acordo com o líder indígena Tonico Benites, os representantes conversaram com índios e lideranças. A intenção é pedir que a Polícia Federal faça uma força-tarefa, para que inquéritos de violência contra os índios sejam finalizados. Os membros da comissão retornaram a Brasília no final da tarde.
Segundo a Polícia Federal, que investiga o caso, o ataque resultou no desaparecimento de um cacique, de 59 anos, da etnia guarani-kaiwá. Os acampados afirmam que o líder teria sido atingido por um tiro de bala de borracha e depois colocado em uma caminhonete.
Os índios acreditam que o cacique está morto. Eles afirmam que, durante rituais religiosos, os “espíritos” revelaram a morte do líder indígena. Até o momento, o cacique não foi encontrado. Nesta semana, três suspeitos de participação no ataque foram presos, em caráter temporário, por agentes da PF de Ponta Porã.
Local onde fica o acampamento indígena alvo de suposto ataque (Foto: Arte/G1)Local onde fica o acampamento indígena alvo de
ataque (Foto: Arte/G1)
Entenda o caso
Brigas por terras entre indígenas e produtores rurais são cada vez mais comuns em Mato Grosso do Sul. Dados do censo feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelam que MS é o segundo estado com mais indígenas (73.295), perdendo apenas para o Amazonas (108.080). O ataque ao acampamanto Guaviry foi mais um episódio da violência provocada pela briga.
O historiador Antônio Brand explica que os indígenas foram expulsos de suas terras à medida que os colonizadores chegaram. Segundo ele, aos poucos, as fazendas foram construídas, áreas verdes desmatadas e os nativos mudaram-se para outras localidades. Hoje, grande parte mora em acampamentos e tenta tomar por conta própria o espaço que a eles pertenceu.
O assessor para assuntos fundiários indígenas da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Josiel Quintino dos Santos, afirma que a maioria das terras dos produtores do estado são regulares.
Segundo ele, existem aproximadamente 49 fazendas ocupadas por índios no estado, todas com titulações válidas do ponto de vista jurídico. Santos defende que os conflitos existem em cima de uma interpretação errada da lei.

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