MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 3 de dezembro de 2011

Denúncias motivaram operação que prendeu Valério




Salvador - A operação policial chamada Terra do Nunca, que culminou na prisão, na manhã de hoje (2), do publicitário Marcos Valério e de 14 outras pessoas acusadas de participar de um esquema de grilagem de terra e fraudes em registros de imóveis no extremo oeste da Bahia, foi originada por reportagens publicadas em 2005. De acordo com o promotor do Ministério Público da Bahia Carlos André Milton Pereira, a partir das reportagens começaram a surgir denúncias, que passaram a ser apuradas. "Há 17 meses, surgiram as provas materiais que permitiram a abertura do inquérito e a investigação oficial", afirma.

Valério e seus ex-sócios na agência DNA Propaganda, Margaretti Farias de Queiroz Freitas, Francisco Marcos Castilho Santos e Ramon Hollerbach, desembarcaram hoje em Salvador. Eles foram encaminhados à Coordenadoria de Operações Especiais da Polícia Civil (COE) para prestar depoimentos, logo depois do desembarque. Em seguida, foram levados ao Instituto Médico Legal, onde fizeram exame de corpo de delito, e à carceragem da Coordenadoria de Polícia Interestadual (Polinter), onde ficarão custodiados.

A operação foi desencadeada pela Polícia Civil da Bahia, com o apoio das Polícias Civis de Minas Gerais e de São Paulo e dos Ministérios Públicos da Bahia e de Minas. Foram cumpridos 23 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, expedidos pelo juiz da comarca de São Desidério, Gabriel Moraes Gomes, a pedido do MP, em três Estados (Minas Gerais, Bahia e São Paulo). As investigações duraram 17 meses e foram coordenadas pelo Departamento de Polícia do Interior da Bahia (Depin) e lideradas pelo delegado de São Desidério, Carlos Ferro.

Ao todo, dez pessoas foram presas na Bahia, quatro em Minas e uma em São Paulo - o empresário Marcus Vinícius Rodrigues de Martins. Entre os detidos também está a mãe do piloto de testes da equipe Lotus de Fórmula 1, Luiz Razia, a ex-tabeliã do município de Barreiras, vizinho de São Desidério, Ana Elizabete Vieira Santos. A assessoria do piloto informou que ele não vai se pronunciar sobre o caso.

Os suspeitos, empresários, advogados e funcionários de órgãos públicos da Bahia, são acusados de falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa e formação de quadrilha. Eles teriam montado um esquema de registro de imóveis inexistentes, que eram dados como garantia de transações financeiras.

"Os cartórios vendiam escrituras, apenas o papel, criando e adulterando áreas, localizações", conta o delegado Carlos Ferro, que diz que o esquema existe na região desde 2000. "Os documentos eram verdadeiros, mas os imóveis, não". Ferro afirma que, na maioria dos casos, a falsificação nem era cuidadosa. "A descrição das áreas era grosseira, não identificava os terrenos corretamente, podia ser de qualquer lugar", diz. De acordo com ele, na última movimentação de Marcos Valério com os documentos falsificados, ele os teria apresentado, em julho do ano passado, como garantia de pagamento de uma dívida de R$ 158 mil com a Receita Federal.

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