MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 4 de dezembro de 2011

Bahia rebaixa o Ceará e garante vaga na Sul-Americana

 

Na última partida do ano em Pituaçu, Tricolor fez a festa com a torcida, com gols de Lulinha e Camacho. Vozão descontou com Felipe Azevedo

Por Eric Luis Carvalho Salvador
 
O Bahia fez da partida de despedida de Pituaçu em 2011 uma grande festa. Diante de 36.024 torcedores, os jogadores do Tricolor entraram em campo com a logomarca da Arena Fonte Nova estampada na camisa, em vez do símbolo da construtora que patrocina o clube. Tratava-se de uma homenagem aos trabalhadores da construção do novo estádio, que em breve será a casa do time baiano. Na arquibancada, não faltaram provocações ao maior rival, Vitória, que não conseguiu o acesso à Primeira Divisão. Milhares de pequenos aviões de papel foram atirados ao campo, em alusão a uma campanha da torcida do Rubro-Negro baiano, que dizia que a equipe voltaria para a Série A “de avião”.
Do outro lado, o Ceará mostrou ainda na escalação que estava disposto a partir para cima desde os primeiros minutos. O técnico Dimas Filgueiras escalou o Vozão com três atacantes: Marcelo Nicácio, Osvaldo e Felipe Azevedo. A goleada do Cruzeiro sobre o Atlético-MG, aliada à iniciativa do Bahia, que começou na frente, desestabilizaram a equipe. Mas, apesar de nervoso dentro de campo, o Ceará não desistiu e deu trabalho ao Tricolor baiano até o último minuto.
Com o resultado de Pituaçu e o triunfo da Raposa sobre o Galo, o Bahia garantiu vaga na Sul-Americana, depois de 22 anos sem disputar uma competição continental. Já o Vozão, que lutou com dignidade, foi rebaixado para a Segunda Divisão.
lulinha bahia ceará (Foto: Angelo Pontes / Agência Estado)Ceará não desistiu, mas Bahia levou a melhor na despedida da Série A (Foto: Angelo Pontes / Ag. Estado)
Ceará começa nervoso: Bahia sai na frente, e Cruzeiro goleia o Atlético-MG
Quando a bola rolou, o Ceará mostrou uma marcação adiantada e partiu para o ataque já nos primeiros minutos. No entanto, apesar da disposição inicial, a equipe alvinegra mostrava excesso de nervosismo. Antes dos 10 minutos, Nicácio fez falta dura em Fabinho e recebeu o primeiro cartão amarelo da partida.
Apesar da tensão, a primeira jogada de perigo foi do Vozão. Após falha de Fabinho, Osvaldo apareceu na cara de Marcelo Lomba, que fez uma grande defesa. Empurrado pela torcida, o Bahia acordou e não demorou a responder. Camacho deu uma bela enfiada para Lulinha, o meia partiu em velocidade, mas chutou mal e a bola saiu à direita de Diego.
O Ceará tentava manter a pressão inicial, mas foi o Bahia quem abriu o placar. Aos 13 minutos, Camacho acertou um belo chute de fora. Golaço e festa nas arquibancadas de Pituaçu. Comemoração em dose dupla, depois que o placar de Pituaçu anunciar o gol do Cruzeiro contra o Atlético-MG, resultado que classificava o Tricolor de Aço para a Copa Sul-Americana.
O Ceará sentiu o golpe, mas, precisando do resultado, voltou a se jogar ao ataque. Aos 33, o Vozão ficou no quase. Juca levantou na área, Marcelo Lomba ficou no meio do caminho e Rudnei cabeceou no travessão. Na sequência, Marcelo Nicácio, livre de marcação, cabeceou para fora.
A blitz do Vozão continuou, mas o Bahia abusava dos contragolpes para levar perigo ao adversário. E foi em uma dessas saídas rápidas que o Tricolor chegou ao ataque com Camacho, Souza, Lulinha e Gabriel. Camacho passou para Lulinha, o meia perdeu o tempo de bola, mas atrapalhou a defesa do Vozão e ficou com o domínio da pelota. O camisa 77 bateu mal, mas pegou Diego no contrapé. A bola entrou vagarosamente para balançar as redes do Vozão pela segunda vez. Bahia 2, Ceará 0.
Empolgada, a torcida do Bahia fez festa, mas, em menos de dois minutos, um susto para o torcedor tricolor. Felipe Azevedo bateu de fora da área e diminuiu.
Rebaixado, Ceará não se entrega e dá trabalho
No segundo tempo, o Ceará voltou ofensivo, lançando-se ao ataque. Sonolento, o Bahia tomou alguns sustos no início da segunda etapa. Aos 7 minutos, Felipe Azevedo recebeu livre dentro da área e bateu muito mal na bola, que ficou nas mãos de Marcelo Lomba.
Apesar de já saber seu destino, o Ceará manteve a atitude de quem ainda tinha sobrevida. Valente, o Vozão não se entregou em campo. O Bahia parecia disposto apenas a administrar o resultado, mas a defesa passava sufoco.
Muito atrás, Joel tentou mudar a situação do jogo e colocou mais dois atacantes em campo: Júnior e Nikão. Ainda assim, o Bahia continuou jogando pouco para quem tinha interesses maiores na partida. Com o time correndo riscos desnecessários, os jogadores mais experientes passaram a cobrar dos demais. No meio-campo, o volante Fabinho distribuía broncas para os companheiros.
Mas as maiores broncas não estavam dentro do gramado. Na arquibancada, a torcida do Ceará já havia entrado em conflito com a Polícia Militar. No fim do segundo tempo, sobrou para os jogadores do Vozão: um torcedor conseguiu invadir o campo e foi tirar satisfação com o elenco. A partida foi paralisada por alguns minutos, enquanto os torcedores tricolores incendiavam o estádio: “Ão, ão, ão! Segunda Divisão”.
Apesar da confusão, o Ceará se mantinha de cabeça erguida e, nos últimos cinco minutos, forçava Lomba a fazer grandes defesas. Para os torcedores alvinegros da arquibancada, não adiantava mais protestar.

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