Trabalho terminou antes do previsto por falta de cana para moer.
Produtividade do canavial caiu 20% nessa safra.
A colheita da cana-de-açúcar está terminando mais cedo em São Paulo, maior produtor nacional da cultura. A Unica, União da Indústria da Cana-de-Açúcar, divulgou uma nova estimativa e a previsão continua negativa. A safra deve ser 12% menor este ano.
Uma destilaria localizada em Sertãozinho, no nordeste de São Paulo, tem capacidade para moer quatro mil toneladas de cana por dia. A previsão era processar 700 mil toneladas até o fim da safra e produzir 62 milhões de litros de álcool, mas a moagem acabou antes do esperado. “A previsão de 700 mil caiu para 620 mil toneladas. A produção de álcool também seguiu o mesmo ritmo”, calcula Nadir Nascimento Júnior, gerente industrial.Grande parte das usinas do Centro-Sul do país já encerrou a safra. Todas antes do previsto e por falta de cana para moer.
Mas a queda na produtividade não foi só na região, a Unica divulgou uma nova estimativa. A safra, que termina oficialmente no fim de novembro, deve ter moagem total de 488 milhões de toneladas, com uma queda de 12% em comparação com o total da safra passada. Segundo a Unica, a produtividade do canavial caiu 20% nesta safra.
"Nós temos uma queda intensa na produtividade em função de dois fatores: o canavial está envelhecido por falta de investimento na lavoura nos últimos anos e outro fator é climático, que afetou demais a produção de tonelada por hectare este ano”, explica Sérgio Prado, representante regional da Unica.
Por causa da redução na oferta de cana, os produtores acreditam que o preço da tonelada suba entre 12% e 15%. Mesmo assim, acham que ficarão no prejuízo já que estão entregando bem menos cana do que o previsto.
"A gente tem uma quebra de produtividade, ou seja, de toneladas por hectare e de açúcar por tonelada de cana, que somadas será algo entre 20% e 25%. Portanto, a gente ainda fica com um buraco no fluxo de caixa", avalia o agricultor Paulo Rodrigues.
De acordo com a Unica, o Brasil deve produzir mais etanol do que açúcar nesta safra, mas por causa da queda na produtividade, o volume pode ser até 19% menor do que em 2010.
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