MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de novembro de 2011

A um ano das eleições presidenciais, EUA já vivem clima de disputa política

 

Republicanos disputam candidatura para enfrentar Obama nas urnas.
Apesar de ter perdido popularidade, presidente lidera intenção de voto.

Daniel Buarque Do G1, em São Paulo
Os norte-americanos vão escolher daqui a um ano o presidente que vai governar o país entre 2013 e 2016. Por mais distante que a eleição geral possa parecer, o país já vive clima de disputa política. Enquanto o presidente Barack Obama já oficializou sua campanha à reeleição, os republicanos passam por uma disputa interna para definir quem vai ser o candidato que vai enfrentar o democrata nas urnas em 6 de novembro de 2012.
Após começar seu governo com aprovação de mais de 60% dos norte-americanos, Barack Obama viu sua popularidade despencar ao longo do seu mandato como presidente dos Estados Unidos. Pesquisas indicam que a continuação da crise econômica e o desemprego que atinge mais de 9% da população do país são os principais motivos para Obama ter perdido apoio.
Apesar de Obama ter visto sua popularidade cair progressivamente ao longo do seu governo, as pesquisas de intenção de voto para presidente realizadas até um ano antes das eleições dão vantagem para o atual presidente que busca a reeleição.
A continuação da crise econômica iniciada em 2008 deve ser o tema central da disputa eleitoral. Obama tenta culpar os republicanos da Câmara e do Senado por não aprovar as medidas propostas por ele, enquanto a oposição vai usar a frustração dos eleitores com a falta de “mudança” proposta por Obama na sua campanha passada.
O atual presidente ainda tenta atrair o debate para a política internacional e segurança, usando como trunfos a morte de Osama bin Laden, em maio de 2011 e a campanha bem-sucedida na Líbia, onde os americanos apoiaram movimentos contra a ditadura de Muammar Kadhafi, morto em outubro de 2011. Mesmo que a atuação tenha melhorado temporariamente sua aprovação, tudo indica que a economia e o desemprego sejam mesmo o foco das campanhas.
Prévias republicanasA definição do candidato republicano à Presidência será feita em uma eleição interna do partido - chamadas de primárias, ou prévias. O partido vai realizar eleições em cada estado do país ao longo do primeiro semestre de 2012. Cada estado tem uma regra própria para definir o vencedor das primárias.
O Partido Republicano tem seis principais pré-candidatos à Presidência, que vão disputa a partir de janeiro as eleições primárias. Herman Cain, Rick Perry e Mitt Romney vêm se consolidando como principais nomes na disputa. A ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin anunciou em outubro que não se candidataria em 2012. O magnata Donald Trump e o ex-pré-candidato Mike Huckabee também desistiram da disputa.
Institutos de pesquisa realizam pesquisas da disputa republicana desde mais de um ano antes das eleições. Romney tem se mantido na liderança ou próximo a ela desde o começo, Perry liderou a disputa até setembro, mas desabou nas pesquisas após a realização de debates entre os candidatos, e Cain, que era quase invisível, passou a disputar o primeiro lugar no início de outubro.
Infográfico explica eleições primárias EUA (Foto: Editoria de Arte/G1)
Conheça os principais pré-candidatos republicanos:
Mitt Romney
Empresário e ex-governador do estado de Massachusetts, Romney foi derrotado por John McCain nas primárias republicanas de 2008 e vem sendo apontado como favorito para representar o partido em 2012. Apesar de estar sempre disputando o primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, ele já foi ultrapassado por Rick Perry e Herman Cain, e nunca conseguiu aparecer com mais de 30% das intenções de voto.
Romney tem 64 anos e lançou a pré-candidatura em junho com um discurso econômico duro, dizendo que Obama "faliu a América". Apesar de ter acenado apoio ao movimento consevador Tea Party, Romney tem um dos projetos mais ao centro entre os principais pré-candidatos.
O principal obstáculo de Romney pode ser seu apoio como governador a um programa de saúde em Massachusetts que se tornou um modelo para a reforma do sistema de saúde de Obama. Muitos republicanos são contra essas reformas.
O fato de Romney ser mórmon também pode ser um impedimento para conquistar votos de cristãos evangélicos do sul. Sobre ele pesa a fama de ser "duas-caras", depois que mudou de posição em questões como aborto, direitos dos gays e controle de armas em sua pré-candidatura presidencial em 2008, depois de governar Massachusetts mais ao centro.
Herman Cain
Empresário conservador e apresentador de um programa de rádio, Cain surpreendeu ao assumir a liderança nas pesquisas de intenção de voto em outubro, com um discurso simples e com foco na economia americana em crise.
Ex-presidente-executivo da Godfather's Pizza e orador motivacional, ele ganhou apoio com base na simplicidade de seu plano de crescimento '9-9-9', que reformaria o código tributário norte-americano cortando impostos.
Cain, de 65 anos de idade, nunca teve cargos políticos. Em 2004, ele concorreu, sem sucesso, ao senado dos Estados Unidos pelo Estado da Georgia. Seu plano é criticado por especialistas, e ele não tem nenhuma experiência como governante, problemas que podem se tornar uma barreira para sua campanha.
Cain trabalhou como executivo da Coca-Cola, da Pillsbury e do Burger King antes de se tornar presidente-executivo da Godfather's Pizza. Ele também foi presidente da Associação Nacional de Restaurantes. Mais recentemente, Cain passou a apresentar um programa de rádio, o 'The Herman Cain Show', transmitido a partir de Atlanta.
Rick Perry
Governador do Texas, considerado ultraconservador, Perry anunciou sua pré-candidatura em agosto, e chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto das primárias do partido.
"Os Estados Unidos não estão falidos, Washington é que está quebrada", alegou, ao se apresentar como candidato
Conhecido como um político agressivo, de estilo "caubói", o político de 61 anos substituiu o republicano George W. Bush como governador do Texas, quando ele se lançou à Presidência no ano 2000. Dois anos depois, ganhou por votação popular e desde então se manteve no poder com um discurso agressivo, patriota, duro frente a temas sociais e de profunda fé cristã.
Newt GingrichtEx-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, ele foi o primeiro a oficializar a pré-candidatura no Partido Republicano, em maio.

Aos 67 anos, ele é um conservador famoso por batalhas sobre Orçamento com o ex-presidente Bill Clinton, quando era presidente da Câmara, na década de 1990. Ele também tem sido um crítico feroz do governo de Obama, principalmente de sua reforma da saúde.
Ele é muito respeitado por ter liderado os congressistas republicanos quando acabaram com 40 anos de oposição, em 1994.
Mas, como um de seus pontos fracos, críticos apontam sua tendência a ser temperamental, qualidade que os americanos não consideram desejável para seus presidentes. Ele já fez várias declarações consideradas pouco diplomáticas.
Ron Paul
Congressista pelo estado americano do Texas, Paul tentará ser candidato à Presidência pela terceira vez. Ele concorreu como republicano em 2008, mas não conseguiu vencer nenhuma primária, e havia sido candidato pelo Partido Libertário em 1988.
Quando anunciou sua candidatura, ele afirmou que agora é o "momento adequado", porque os americanos estão preparados para suas ideias.
"Chegou o momento no qual as pessoas concordam com grande parte do que venho dizendo há 30 anos. Portanto, acredito que é o momento adequado", disse Paul.
Michelle Bachmann
 Líder do movimento conservador Tea Party, a representante do estado de Minnesota, de 55 anos, chegou a ter grande apoio entre os republicanos, mas perdeu força nas pesquisas de intenção de voto.
Bachmann faz do "saldo negativo" da gestão de Obama o centro de sua campanha. "O próprio presidente disse que não era capaz de direcionar a economia nacional para cima e não merecia tentar um segundo mandato", disse. "Ele parece não ter compreendido ainda como funciona a economia, que é o trabalho básico do presidente dos Estados Unidos", completou.
Apesar de ter apoio entre os conservadores mais radicais, Bachmann perdeu popularidade por posições extremas envolvendo religião e sexualidade. Ela chegou a alegar que o furacão que atingiu os EUA eram um castigo.

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