MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de novembro de 2011

Fertilização in vitro em vacas acelera quantidade e a qualidade do rebanho

 

Casamentos entre vacas e touros são feito com sêmen catalogado.
Na reprodução, a técnica aproveita o que há de melhor no pai e na mãe.

Do Globo Rural
Uma fazenda de produção de leite em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com plantel de 600 cabeças e 270 vacas em lactação, produz em média sete mil litros por dia. Na criação, o pecuarista Delcio Tannus Filho utiliza a técnica da fertilização in vitro – ou bezerro de proveta. Para isso, ele recebe o veterinário da central de sêmens de Uberaba, Rodrigo Lombo, que avalia 17 características de cada candidata. Depois, envia as informações para um programa de computador que limita o parentesco do rebanho. Alguns trabalhos mostram perda de até US$ 24 para cada ponto percentual de aumento de consanguinidade.
No escritório, eles fazem os casamentos entre as vacas da fazenda e os touros da central através do sêmen catalogado. “O programa mostra que pode haver uma melhoria de aproximadamente 200 quilos de leite por animal por ano. Além disso, nós estamos conseguindo melhorar aqui mais de 2.3 em vida produtiva. Isso significa que as vacas irão produzir a mais 2.3 meses de vida produtiva. O investimento anual nesses animais em fase de lactação seria de R$ 24 mil em sêmens”, explica o veterinário. Para Delcio, esse não é um investimento alto para a fazenda: “Se colocar em conta o melhoramento que eu estou tendo do rebanho e a produção que eu vou ter, não é um custo alto”.
As doses chegam ao curral em um botijão e o próprio funcionário da fazenda, que recebeu treinamento, faz as inseminações. Na lista de touros dos acasalamentos estão alguns que pertencem à outra fazenda. Os donos de um plantel de Uberaba, por exemplo, têm 20 touros produzindo sêmen em centrais, mas seu maior patrimônio são as fêmeas que, a partir de uma rigorosa seleção, são vendidas a outros criadores como grandes produtoras de leite.
As bezerras em fase de cria são amamentadas duas vezes por dia e ainda recebem ração. “Aqui a gente oferece concentrado e volumoso para tentar estimular esse animal a virar ruminante mais cedo”, diz o veterinário Eduardo de Oliveira. Os animais vivem sob a vigilância de José Bonifácio Filho, olheiro das bezerras desde a primeira lactação, em torno dos 36 meses. “Tem alguns animais que não correspondem. Genética não é um mais um, então você tem que avaliar para cuidar dos melhores indivíduos”, avalia.

A vaca só vai ser considerada de elite se todo o trabalho de cruzamentos e manejo for traduzido em boa produção de leite. “São dois resultados em um processo de seleção que serão aferidos. Um é a produção do indivíduo, produção de carne ou de leite. O outro é a sua progene. Ele tem que transmitir o que ele produz. Com o uso da reprodução assistida que iniciou-se com a transferência de embrião, houve uma aceleração na reprodução das fêmeas. Isso também democratizou e barateou a genética através das mães”, afirma o veterinário Homero Ribeiro.
O veterinário Juliano Franco é considerado um dos principais promotores de genética na região norte do país. Em Araguaína, no Tocantins, ele conta que passa mais tempo na estrada do que nas propriedades. “Dependendo da localização da propriedade, chega a até 900 quilômetros, próximo a São Luiz, Teresina e Belém. São locais bastante distantes e propriedades que têm que usar estrada de terra, pegar balsa para atravessar o rio Araguaia, o rio Tocantins e acaba sendo a solução para essas propriedades que querem fazer melhoramento genético.
O Brasil é o maior exportador de carne do mundo e autossuficiente na produção leiteira.
Para manter o rebanho cada dia mais produtivo, não há outro caminho: o melhoramento passa sempre pela genética.

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