MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de novembro de 2011

Demissão motivou criação de empreendimento de sucesso no AM

 

Com 12 anos de atuação empresário destaca os passos para vencer.
Atualmente a empresa possui mais de 300 tipos diferentes de produtos.

Héveny Bandeira Do G1 AM
Foi depois de enfrentar dificuldades com o afastamento da empresa que trabalhava que o Farmacêutico, Jorge Silva, encarou o desafio de ser empreendedor. "Ser demitido depois de 30 anos de carteira assinada não foi fácil. A dificuldade de conseguir um novo emprego era grande e sempre esbarrava em questões como idade, salário pretendido, entre outros fatores".
Durante a grande crise econômica em 1992, gestores de grandes empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) tentaram resolver os problemas reduzindo o quadro de funcionários.
A primeira investida de Jorge foi a comprar um mini-mercado. "Compramos um prédio comercial, o negócio já estava montado e funcionando, investimos e ampliamos. Um ano depois, montamos uma pequena distribuidora", afirmou.
Segundo o empresário, a meta era repor todo o dinheiro investido em dois anos, cerca de R$ 300 mil. Porém, quando o negócio estava a todo vapor, vieram os problemas. "Começamos a sofrer assaltos e roubos. No total foram cinco assaltos e três roubos por arrombamento em cinco anos de trabalho. Com isso perdemos muito dinheiro", confessou, dizendo ainda que os clientes também se afastaram, diminuindo as vendas.
Jorge e Lúcia Silva perceberam que podiam investir em Bombons (Foto: Arquivo Pessoal)Jorge e Lúcia Silva perceberam que podiam investir
em bombons (Foto: Arquivo Pessoal)
Para Jorge e sua esposa, Lúcia Silva, a solução foi vender tudo que restou para quitar as dívidas assumidas."Sobrou pouco dinheiro, para manutenção da casa e pagamento da escola dos quatro filhos", disse.
Segundo uma das filhas do casal, Jordana Vieira, economista e gerente administrativa da empresa, eles não desistiram. "Nossa mãe foi quem vislumbrou uma oportunidade. Lembrou que poderíamos produzir bombons regionais já que ela vendia antes no minimercado e vendia bem", confessou Jordana.
Foi apostando na ideia de produzir, em casa mesmo, bombons de chocolates, que a família acreditou no sonho. Segundo Jordana, o casal utilizou uma pequena área nos fundos da casa onde moravam e produzia apenas 200 unidades de bombons por dia. "No início era cerca de nove metros quadrados. Não tínhamos funcionários era apenas o nosso pai, nossa mãe e uma tia".
A família faz um resumo do sucesso alcançado. "Faríamos tudo de novo e bem antes, acreditamos que a experiência vale muito, mas a dedicação, a persistência, a preparação pessoal, a união da família e a crença em Deus têm valores imbatíveis".
Ainda segundo eles para quem quiser seguir o mesmo caminho é preciso se preparar e para trabalhar muito."Use recursos de entidades governamentais, via editais, buque auxílio nas federações de indústrias, universidades e entidades que hoje têm condições de prestar grandes serviços à comunidade na área do empreendedorismo, e prepare-se para trabalhar durante o dia, à noite, sábados, domingos e feriados. O negócio tem grande chance de dar certo desde que você esteja disposto a correr riscos", finalizaram.
O empreendimento que deu certo
A Bombons Finos da Amazônia, nasceu em 1999, depois de um ano trabalhando de informalmente. Segundo Jorge, logo no início buscou auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
"Fiz vários cursos voltados para área de gestão e além disso busquei auxílio do Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (Inpa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para entender sobre as frutas regionais".
Com os conhecimentos adquiridos, atualmente a empresa possui uma diversificada linha com mais de 300 tipos diferentes de produtos, ocupa uma área 560m², gera 44 empregos diretos e mais de 500 empregos indiretos.
A produção atual é de 35.000 unidades/dia de diversos tipos de produtos todos recheados com frutas regionais como: cupuaçu, castanha do Brasil, açaí, buriti, araçá-boi, cubiu, acerola, camu camu, cupuaçu com guaraná e bacuri.
Hoje em pleno desenvolvimento, a empresa já participou de seis feiras internacionais e mais de quarenta feiras nacionais. E está em plena expansão de sua unidade fabril com a finalidade de atendimento ao aumento da demanda.
Sustentabilidade
Sempre pensando em valorizar a cultura local e ajudando na preservação da floresta Amazônica a empresa busca absorver a mão de obra regional, buscando no próprio estado artesãos que possam desenvolver trabalhos como embalagens para seus produtos.
Produtos personalizados (Foto: Divulgação)Produtos personalizados (Foto: Divulgação)
"Empregamos indiretamente mais de 200 artesãos que, trabalham em suas casas, e nos fornecem produtos diversos, como: ouriço da castanha, casca de cupuaçu, cuias, saco de juta, canoa, caixas de madeira, caixas de cipó, entre outros.
"São verdadeiras obras de artes e que podem ser reutilizadas como objetos de decoração", disse Jordana Vieira, gerente da empresa.
Segundo ela, a ideia é reaproveitar a matéria-prima, utilizando produtos e subprodutos da floresta Amazônica como palhas, jutas, sementes, cascas de frutos, fibras e restos de madeira.

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