MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 22 de outubro de 2011

Vendedora de picolés de 40 anos volta a estudar para ser professora em MS

 

Mulher cursa 2° ano de pedagogia e diz que ser professora é um sonho.
Vendedora encontra tempo para estudar mesmo com a rotina cheia.

Ricardo Campos Jr. e Tatiane Queiroz Do G1 MS
Mulher de MS vende picolés para garantir o sustento da família (Foto: Ricardo Campos Jr. / G1 MS)Mulher de MS vende picolés para garantir o sustento da família (Foto: Ricardo Campos Jr. / G1 MS)
Para realizar o sonho de ser professora, a vendedora de picolés Sandra Márcia Favaro, 40 anos, voltou a estudar, terminou o Ensino Médio, prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), foi aprovada no Pró-Uni e atualmente cursa o segundo ano de pedagogia em uma instituição à distância. Casada com um deficiente físico, trabalha para manter a casa, cuida das filhas, estuda e afirma que deseja fazer a diferença.
“Não gosto de fazer tudo igual aos outros. Eu gosto de ser, de fazer diferente”, afirma a vendedora ao G1.
Sandra afirma que seu dia é uma verdadeira maratona. Pela manhã se dedica aos afazeres domésticos e do marido, que ficou paraplégico ao sofrer um acidente. À tarde, percorre as ruas de vários bairros de Campo Grande com sua bicicleta acoplada ao carrinho de picolés, de onde tira o sustento.
Mesmo com dia atarefado, vendedora encontra tempo para estudar (Foto: Ricardo Campos Jr. / G1 MS)Mesmo com dia atarefado, vendedora acha tempo
para estudar (Foto: Ricardo Campos Jr. / G1 MS)
Ela afirma que mesmo diante de todos os compromissos consegue arranjar um tempo para fazer as leituras e trabalhos da faculdade. “As pessoas falam do ensino à distância, mas para mim foi uma bênção”, diz.
No primeiro estágio que fez, como disciplina obrigatória na graduação, a vendedora de picolés afirma ter cativado uma turma de alunos do ensino infantil com um projeto sobre trânsito. Ela mesma confeccionou semáforos e placas com materiais recicláveis para levar à sala de aula e ainda buscou fundamentações teóricas, que resultaram em uma pesquisa apresentada à professora da disciplina.
Ela não quer se tornar uma profissional comum. “Quero ensinar e ajudar crianças e jovens que possuam algum tipo de deficiência”, diz a vendedora de picolés. Além da graduação, ela faz curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e já pensa em fazer mestrado para se especializar na área.
A vendedora de picolés mudou-se de Corumbá, cidade a 444 quilômetros de Campo Grande, com as duas filhas. Já foi faxineira, cozinheira e chegou a vender doces e temperos na rua.
“Me esforcei muito para consegui. Depois de anos sem estudar, resolvi terminar o ensino médio e fazer o Enem. Consegui uma boa pontuação e consegui uma vaga para o curso. Agora estou bem perto de realizar meu sonho”, diz a vendedora de picolés.

Nenhum comentário:

Postar um comentário