MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 2 de outubro de 2011

Música brega é tema longa que encerra Festival de Brasília

 

Wando, Amado Batista e Nelson Ned estão em 'Vou rifar meu coração'.
Diretora morou quatro anos em cidades do interior de Sergipe e Alagoas.

Jamila Tavares Do G1 DF
Nos quatro anos que passou viajando pelo interior de Alagoas e Sergipe, entre 1997 e 2001, a diretora carioca Ana Rieper descobriu e se encantou com a música brega. “Quis tentar entender o porquê desse sucesso tão grande e tão duradouro, algumas dessas músicas fazem parte da cultura popular há quase 30 anos.”
Essas músicas são um retrato do cotidiano do amor no mundo popular"
Ana Rieper
Mas Ana explica que o tema principal de “Vou rifar meu coração”, que será exibido neste domingo (2), último dia da mostra competitiva do 44º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, não são as canções que todo mundo conhece, mas poucos admitem que gostam.
“É um filme que fala sobre o amor, acima de ser um filme que fala sobre música brega. O filme tem duas frentes. Uma é a musica, são as entrevistas com os artistas. A outra são os personagens populares que ouvem essas músicas e vivenciam essas histórias de amor em suas vidas pessoais”, afirma a diretora.
No documentário, personagens eternizados nas canções de Wando, Nelson Ned, Agnaldo Timóteo, Amado Batista, Lindomar Castilho, entre outros, se mostram de carne, osso e coração. Uma das histórias que Ana reconta é a relatada por Odair José em “eu vou tirar você desse lugar”.
Dois casais que se formaram a partir do encontro em um bordel falam da dificuldade de não se interessar pelo que os outros vão dizer e pensar. “Essas músicas são um retrato do cotidiano do amor no mundo popular, essas histórias existem mesmo.”
Cenas de 'Vou rifar meu coração', destaque no Festival de Cinema de Brasília neste domingo (2) (Foto: Divulgação)Cenas de 'Vou rifar meu coração', destaque no Festival de Brasília neste domingo (2) (Foto: Divulgação)
Ana observou que temas como abandono, prostituição, machismo, traição, homossexualismo, romantismo e o lugar de homens e mulheres dentro dos relacionamentos são recorrentes no universo brega. E notou também que, apesar do sucesso, os artistas de brega muitas vezes não são reconhecidos.
“Existe uma visão da cultura popular em que só e valorizado aquilo que é puro, distante, e essas músicas são muito mundanas, cotidianas. São artistas das classes populares que fazem músicas para as classes populares. E essa cultura do povão para o povão é considerado como algo menor”, opina.
No último dia da mostra competitiva do 44º FBCB também serão exibidos os curtas “Ciclo”, de Lucas Marques Sampaio; “Rái Sossaith”, de Thomate; “L”, de Thais Fujinaga e “Um pouco de dois”, de Danielle Araújo e Jackeline Salomão.

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