Em show de equitação, artistas conduzem até 12 cavalos ao mesmo tempo.
A feira de cavalos, Equitana, acontece em Essen, na Alemanha.
As aulas de demonstração que eles fazem na arena acabam sendo um show de adestramento, da admirável capacidade de comunicação que um homem e um cavalo podem alcançar.
O francês Frédèric Pignon é um deles. Sem rédeas, fazendo um ou outro estalo com a boca, manejando apenas duas varinhas, ele consegue conduzir os animais como um coreógrafo regendo bailarinos. Pignon consegue fazer com que os cavalos se deitem ou fiquem sentados para acolher os aplausos, e que subam em um pódio para o agradecimento.
O público que visita a Equitana conhece e aprecia os movimentos, passos, e figuras que se tornaram clássicas na equitação, seja por razões de trabalho, de esporte, de guerra ou de beleza.
Muito do comportamento calmo e amigo dos cavalos apresentados na feira se deve a um método de treinamento de um adestrador norte americano, muito famoso também na Europa.
Pat Parelli é um autêntico cowboy, adepto e pregador da não-violência com os animais. Parelli domina as técnicas de adestramento como poucos no mundo. Ele faz as manobras mais complicadas com tanta naturalidade que até parece brincadeira.
Em entrevista exclusiva ao repórter Nelson Araújo, Pat Parelli ressalta o relacionamento entre o adestrador e o animal. “Siga as leis da natureza. Mais ou menos como a égua faz com o potrinho. Você tem que demonstrar amor e liderança. Você faz coisas para o cavalo, com o cavalo, mas nunca contra o cavalo. O cavalo tem que ser parceiro e não escravo”.
Parelli lembra que os equinos são dotados de um instinto importante, o da sincronização, a capacidade que um animal tem de realizar com outro ações simultâneas. “É o coração do meu método. Imagine um bando de pássaros. De repente, saem todos de uma vez juntos. Quem é o líder, e quem é o seguidor?
Isto é sincronização. Um rebanho de cavalos é desse jeito. Estão quietos, de
repente, correm. Égua e potrinho fazem isso desde o nascimento. Se não
sincronizam, não sobrevivem”.
A técnica do adestrador americano tem milhares de seguidores. O programa de formação dele já diplomou mais de 300 instrutores e conta com cerca de 20 mil alunos, mundo afora.
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