MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Médicos protestam no Rio contra baixos salários do SUS

 

Em manifestação na Alerj, eles reclamam ainda das condições de trabalho.
Federação anunciou que médicos paralisaram atividades em 22 estados.

Lilian Quaino Do G1 RJ
Médicos protestam na Alerj (Foto: Lilian Quaino/G1)Médicos protestam na Alerj (Foto: Lilian Quaino/G1)
Médicos do Rio estão reunidos na manhã desta terça-feira (25) na frente da Assembleia Legislativa, no Centro, para protestar contra as condições de trabalho e de salários nos hospitais atendidos pela rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Enquanto em outros estados a categoria paralisou as atividades nesta terça, os profissionais do Rio optaram apenas pela manifestação para não prejudicar a população, segundo explicou Erika Monteiro Reis, 2ª  vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremerj)
"Decidimos não paralisar as atividades porque a situação no Rio é crítica. A saúde está arrasada em todos os estados. Faltam recursos humanos e leitos para emergências e para pessoas que estão em tratamento".
Erika explicou que nos hospitais federais do Rio faltam pelo menos 500 médicos. Para ela, o hospital com mais problemas hoje é o Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, que tem fechado setores por falta de médicos.
Ela disse ainda que pesquisou três hospitais municipais: Salgado Filho, na Zona Norte; Lourenço Jorge. na Zona Oeste; e Souza Aguiar, no Centro, e, segundo disse, em cada um deles faltam pelo menos 30 médicos de especialidades variadas nas emergências.
Procurada pelo G1, a assessoria da Secretaria municipal de Saúde informou, por meio de nota, no final da tarde desta terça-feira, que "nos últimos dois anos, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC) dobrou o acesso à rede de urgência e emergência, com a ampliação dos serviços hospitalares e a abertura de dez unidades de pronto atendimento, que trabalham de forma integrada aos hospitais.
A Prefeitura vem investindo na modernização e reestruturação da sua rede hospitalar. Em toda a rede municipal, o número de procedimentos ambulatoriais cresceu, passando de 20,8 milhões em 2008 para 26,4 milhões em 2010 e 16,9 milhões neste ano, no primeiro semestre. Estão previstos, ainda, o aumento de mais de 500 leitos hospitalares e a renovação do parque tecnológico, em um investimento de mais de 300 milhões. A SMSDC reforçará também o quadro dos hospitais por meio de concurso público, que está em andamento e oferece 1.700 vagas de diversas especialidades".
Ministro promete mais médicos
Na sexta-feira (21), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve no Rio para um evento internacional de saúde e informou que 17 médicos anestesistas que passaram em concurso começam a trabalhar no Cardoso Fontes em, no máximo, duas semanas e que negocia com o Ministério do Planejamento novas contratações.
Segundo Erika, nos hospitais públicos, os profissionais concursados não passam de 50% e os demais são estatutários que ganham de R$ 1.500 a no máximo R$ 5 mil. Ela explicou que é grande a evasão dos concursados em busca de melhores salários.
"A prefeitura quer fazer concurso para médicos pagando R$1.500. Ninguém quer se inscrever", disse.
Ela explicou que o salário proposto pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) é de R$ 9.182,72. Segundo o Cremerj, o estado do Rio tem 57 mil médicos.
Representantes do Cremerj e o deputado  (Foto: Lilian Quaino/G1)Representantes do Cremerj e o deputado Bruno
Corrêa, presidente da Comissão de Saúde da Alerj
(Foto: Lilian Quaino/G1)
Audiência pública
Os representantes do Cremerj se reuniram no início da tarde com o deputado Bruno Corrêa (PDT), presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa para, num debate público, relatar os problemas da saúde pública. No dia 31, a comissão discutirá, em audiência pública, o combate à dengue no estado. O deputado convidou os representates do Cremerj para participarem do encontro.
A presidente do Cremerj, Marcia Rosa de Araújo, disse ao deputado que a categoria ainda luta pelas mesmas reivindicações que levaram a categoria à greve de 1981: realização de concursos públicos, melhorias salariais, entre outras.
"É inaceitável que o bom momento econômico do Brasil não seja refletido em melhorias para a saúde pública, que continua subfinanciada com apenas 3% do PIB", disse ela.
Paralisação
A Fenam confirmou na manhã desta terça-feira que os médicos que realizam atendimento pelo SUS devem paralisar as atividades em 22 estados em protesto contra a baixa remuneração e as más condições de trabalho da rede pública de saúde. Serão suspensos os atendimentos eletivos (consultas, exames e outros procedimentos). A rede de emergência e urgência está mantida.
Segundo a federação, os estados que aderiram são: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe.

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