No
final de outubro, a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT)
apresentou pleito à Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene) para que o setor de call center seja incluído no rol de setores
considerados prioritários para o desenvolvimento regional nas áreas de
atuação da Sudene. Atualmente, essas regiões abrangem todos os estados
do Nordeste, além de municípios do Norte de Minas Gerais e do Espírito
Santo, conforme a Lei Complementar nº 125/2007. A inclusão promoveria
benefícios fiscais como a redução de 75% no Imposto de Renda e o
reinvestimento de 30% do IRPJ em projetos de modernização.
Os
representantes da ABT foram recebidos pela diretoria da Sudene, na sede
da instituição, no Recife (PE). De acordo com o diretor de
Administração da Sudene, José Lindoso, está em andamento um processo de
revisão dos setores previstos no Decreto nº 4.213/2002, que lista os
empreendimentos prioritários para o desenvolvimento regional, com o
objetivo de usufruir dos incentivos fiscais previstos na Medida
Provisória nº 2.199/2001. No entendimento, da atual gestão, atividades
produtivas que geram empregos, como o Turismo e o Telesserviço, podem
ser beneficiadas. “A missão da Sudene é promover o desenvolvimento
regional e isso é feito, além da melhoria da competitividade do
Nordeste, garantindo emprego e renda para a população”, disse Lindoso.
Com
mais de 1,4 milhão de trabalhadores, o setor de Telesserviços é um dos
maiores empregadores privados do país, com significativa presença nas
regiões atendidas pela Sudene. Desde 2010, o segmento cresceu 7 vezes a
presença na área coberta pela Sudene, abrangendo 25 municípios, além de
contar com operações em todos os Estados do Nordeste, não somente em
suas principais capitais, como também em cidades das regiões
metropolitanas e do interior.
“O
investimento do setor no Nordeste implicou em uma expansão de quase
200% no número de postos de trabalho gerados nos últimos 14 anos,
empregando mais de 300 mil pessoas. Em 2010, atingia cerca de12% do
total de vagas do call center, já em 2024, este número alcança a casa de
30% - ultrapassando a participação do Município de São Paulo, outrora
líder”, revela Antônio Guilherme Noronha, presidente da ABT.
A
associação ainda destaca o impacto positivo do setor no desenvolvimento
socioeconômico dessas áreas, especialmente na geração de empregos para
jovens, mulheres, negros e público LGBTQIA+. O setor também tem grande
representatividade entre os beneficiários de programas sociais, como o
Bolsa Família. Ou seja, ao serem empregadas, essas pessoas acabam
desonerando o repasse do governo com tais políticas públicas.
John
Anthony von Christian, diretor executivo da ABT, ressalta a relevância
deste pleito: "O setor de call center desempenha um papel crucial na
inclusão social e na geração de empregos em áreas economicamente
vulneráveis. A inclusão do nosso setor entre as prioridades da Sudene
traria benefícios fiscais que possibilitariam ainda mais investimentos e
a criação de novos postos de trabalho, especialmente em regiões
carentes."
A
ABT argumenta que, embora o setor já tenha ampliado sua atuação nas
áreas cobertas pela Sudene, seu reconhecimento como setor prioritário é
essencial para o aumento da competitividade e para o desenvolvimento
sustentável da região. “A inclusão de nosso setor no rol de prioridades
da Sudene viabilizará a ampliação dos investimentos das empresas de
Telesserviços nesses estados, trazendo mais tecnologia e geração de
empregos”, completa Guilherme Noronha, da ABT.
“Essa
aproximação com o setor produtivo é muito importante para conhecermos
suas demandas. Para nós, da Sudene, possibilitar que empresas com mão de
obra intensiva tenham acesso aos instrumentos financeiros e à política
de incentivos fiscais é estratégico para o desenvolvimento da Região”,
frisou o superintendente da Autarquia, Danilo Cabral. Além dos
incentivos fiscais, a Sudene administra os fundos regionais – FDNE
(Fundo de Desenvolvimento do Nordeste) e o FNE (Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste).
Sobre a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT):
Representante
de um dos setores que mais empregam no Brasil, com cerca de 1,4 milhão
de trabalhadores, a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT),
fundada em 1987, é pioneira em um mercado que impulsiona o crescimento
do país. O segmento é um dos que mais contratam jovens, mulheres e
negros, fomentando a diversidade em frentes distintas. Além de oferecer
oportunidades de primeiro emprego, o setor apoia o crescimento
profissional, por meio de convênios das organizações contratantes com
instituições de Ensino Superior. A ABT reúne 19 empresas em 18 estados
de todas as regiões do território nacional. Uma atividade que, com cada
vez mais inovação e tecnologia, torna-se estratégica para o
desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário