Bela Megale
O Globo
O projeto de lei que busca anistiar os envolvidos nos ataques golpistas do 8 de janeiro é considerado por congressistas o desafio central que Hugo Motta (Republicanos-PB) tem na corrida pela presidência da Câmara.
O tema é a disputa principal entre as duas maiores bancadas da Casa, a do PL, que trabalha pela sua aprovação, e a do PT, que tenta enterrar a proposta.
PÔR EM PAUTA – Aliados de Motta têm lhe aconselhado a adotar a seguinte estratégia: se comprometer em pautar o projeto no plenário, mas deixar claro que não vai se envolver em entregar votos, seja a favor ou contra a anistia.
Motta, que tenta ser o sucessor de Arthur Lira (PP-AL) com apoio do próprio presidente da Câmara, tem dito às bancadas do PT e do PL que colocar a anistia em votação no plenário da Casa dependerá do que for acordado com o colégio de líderes da Câmara.
Ele também pondera que a criação da comissão especial para debater o tema terá influência direta em como o assunto vai tramitar na Casa.
COSTA NETO DESPISTA – O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem garantido a aliados que Jair Bolsonaro não será incluído no projeto de lei que propõe a anistia aos envolvidos dos atos golpistas do 8 de janeiro.
Valdemar afirma que o ex-presidente segue acreditando conseguirá reverter sua inelegibilidade na Justiça Eleitoral. Além disso, aponta que o capitão reformado não foi condenado, pelo menos até o momento.
Em sua ida ao Senado, na terça-feira, Bolsonaro foi questionado por jornalistas se colocou sua própria anistia como moeda de troca para o seu partido apoiar a candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) ao Senado e à Câmara dos Deputados, respectivamente. Ele negou, mas admitiu a existência de conversas sobre o tema.
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