Fábio Zanini e Danielle Brant
Folha
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotará a frase “Bote Fé no Brasil” em seu material publicitário a partir de abril. A ideia é ao mesmo tempo sinalizar com melhorias para a população e fazer um aceno ao eleitorado evangélico.
Segundo o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a expressão faz referência à meta de tornar 2024 o “ano das entregas”. Já a menção a “fé” está em linha com peças veiculadas no ano passado que faziam uso de expressões como “graças a Deus”.
PIORA CONSTANTE – Pesquisas do Datafolha e outros institutos têm detectado uma ligeira, mas constante, piora na avaliação do governo Lula. Uma das estratégias do governo para reverter o processo é acelerar os resultados concretos de programas sociais.
“O governo tem um slogan, que é uma espécie de guarda-chuvas, que é ‘União e Reconstrução’, e em determinados períodos frases são destacadas atendendo a situações específicas”, diz Pimenta.
É a quarta vez que isso é feito, de acordo com o ministro. No começo do governo, o mote era “O Brasil voltou”, para simbolizar a retomada de programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Em meados de 2023 surgiu o “Brasil no rumo certo”, quando foi lançado o PAC e aprovada a reforma tributária. No final do ano passado, a Secom divulgou a frase “Brasil um só povo”, contra a polarização.
BOAS EXPECTATIVAS – “Agora, identificamos por meio de pesquisas que há uma grande parcela de brasileiros que avaliam o governo como regular e que têm a expectativa de mais entregas. ‘Bote fé no Brasil’ dialoga com esse cenário de colheita, de esperança”, afirmou o ministro. A frase já foi exibida no último dia 21 de março como um teste em uma postagem do governo sobre o fato de o Brasil ter subido cinco posições no ranking de felicidade da ONU.
A partir de abril, ela deverá ser incluída com mais frequência em redes sociais e material do governo em outras mídias (impressa e eletrônica, por exemplo). A duração desta ação vai depender de uma avaliação do governo.
Segundo Pimenta, a frase também sinaliza aos evangélicos, público em que Lula tem notória dificuldade. O ministro afirma que isso é parte de um esforço para dialogar com o maior número de grupos da sociedade. “Estamos buscando de maneira permanente uma iconografia da diversidade”, diz.
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