Especialista em Recursos Humanos ensina a traçar rotas e entender quais são as habilidades comportamentais mais demandadas em cada área O mundo profissional está em constante evolução e, em 2024, a dinâmica do mercado de trabalho continua a ser moldada por mudanças, tanto tecnológicas e econômicas, quanto sociais, o que envolve alterações nas preferências e nas jornadas profissionais. Prova disso são as pesquisas recentes da Robert Half, que apontam que seis a cada dez brasileiros gostariam de trocar de carreira, por motivos como remuneração, crescimento e equilíbrio. Esses números tendem a crescer, aquecendo cada dia mais o mercado de trabalho nacional. Se você está entre os profissionais que desejam uma recolocação, saber quais as tendências do mercado e como elas estão de acordo com as suas habilidades e competências é um passo importante. Para isso há diversos testes disponíveis, como o DISC, que ajuda a traçar o perfil comportamental e, assim, identificar os pontos positivos e aqueles que precisam ser desenvolvidos para exercer a nova função a fim de ingressar em uma nova carreira. De acordo com a especialista em Recursos Humanos da Refuturiza, Ellen Murray, o primeiro ponto é entender se essa transição de carreira vai ser assertiva dentro do emprego atual ou se o profissional está visando outra empresa. “É preciso ser racional e o ponto principal é verificar se essa transição é coerente dentro da empresa onde o profissional trabalha. Se tiver espaço, o indicado é que o profissional converse de forma aberta e assertiva com o seu gestor. Se não tiver espaço, está tudo bem. A gente tem que parar de se cobrar, pois nada é para sempre e a atualidade é muito diferente do mercado de trabalho do passado, quando um profissional fazia carreira em uma única empresa. Então comece a buscar fora e a identificar como os profissionais se posicionam”, explica Ellen. O segundo passo é desenhar literalmente essa transição e traçar os novos rumos, o que significa levar em conta o estudo e o desenvolvimento necessário, além de pesquisar as empresas desejadas. “Pega uma caneta e um papel e desenha essa transição. Por exemplo, tem o período de três meses, que é o crucial de avaliação, depois o de seis meses. Então é importante profissional ter um plano B caso esse período de adaptação não dê certo, tanto por parte do empregador quanto do colaborador, que pode não gostar da experiência”, diz Ellen. Ao realizar uma autoavaliação cuidadosa, pesquisar o mercado, desenvolver habilidades, construir uma rede sólida e manter uma mentalidade resiliente, os profissionais podem trilhar com sucesso um novo caminho profissional, aproveitando as oportunidades. A seguir, confira cinco carreiras em alta, de acordo com o levantamento internacional recém divulgado: 1. Planejador financeiro Um planejador financeiro é um profissional que ajuda os clientes através do desenvolvimento e implementação de estratégias financeiras personalizadas, como a análise da situação, o que inclui a verificação de renda, despesas, ativos e passivos, o estabelecimento de metas e o desenvolvimento de planos, a recomendação de estratégias de investimento com base no perfil de risco, objetivos e horizonte temporal, e a gestão de ativos. Esse profissional também oferece educação financeira aos clientes, atua no planejamento tributário e no aconselhamento sobre dívidas e sobre a proteção contra riscos financeiros, como seguros de vida e de saúde. Os planejadores financeiros podem trabalhar de forma independente, em empresas de consultoria financeira, instituições bancárias ou seguradoras, sendo necessárias algumas habilidades comportamentais, como escuta ativa, relacionamento interpessoal, resiliência, adaptabilidade e dinamismo. 2. Consultor ERP Um Consultor ERP – Enterprise Resource Planning, em português Planejamento de Recursos Empresariais – atua como um facilitador na adoção de sistemas ERP, garantindo que essas soluções se alinhem com os objetivos e processos de negócios da organização, melhorando a eficiência operacional e a tomada de decisões. Esse profissional ajuda a selecionar, implementar e customizar o sistema ERP mais adequado às necessidades da empresa, considerando fatores como tamanho, setor, complexidade e orçamento, garantindo que todos os módulos estejam configurados corretamente para atender aos requisitos da organização. Atua também no treinamento de usuários e equipes internas, fornecendo ainda suporte contínuo para responder problemas técnicos e responder a dúvidas dos usuários. O mercado é amplo e oferece oportunidade em diversas indústrias e setores para os consultores ERP, já que a implementação e a manutenção desses sistemas são relevantes em diferentes contextos empresariais, desde empresas que forneçam a tecnologia até companhias que façam uso do sistema, o que inclui instituições privadas e governamentais. Profissionais formados em qualquer área podem migrar para essa carreira, sendo necessária visão de negócio e boa comunicação, além de capacidade de ensinar e de trabalhar em equipe, flexibilidade, liderança e resiliência. 3. Especialista em Business Intelligence Um Especialista em Business Intelligence é responsável pela coleta, análise e interpretação de dados para apoiar a tomada de decisões estratégicas nas organizações. Entre algumas das principais responsabilidades e atividades associadas a essa função, estão a coleta, integração, modelagem e análise de dados, identificando padrões, tendências e insights relevantes para apoiar as decisões estratégicas. Assim, a fim de otimizar processos de negócios com base nos insights obtidos, é preciso selecionar e implementar ferramentas de Business Intelligence adequadas para as necessidades da organização e, em seguida, treinar os usuários na interpretação e uso eficaz das ferramentas e relatórios de BI, além de desenvolver e monitorar KPIs (Key Performance Indicators, em português Indicadores-chave de desempenho) relevantes para medir o desempenho da organização. Em resumo, um Especialista em Business Intelligence desempenha um papel crucial na transformação de dados brutos em informações acionáveis, ajudando as organizações a tomar decisões estratégicas. Essa função é essencial em diversas indústrias e setores, à medida que as organizações buscam extrair valor significativo de seus dados para obter vantagem competitiva. Entre as habilidades comportamentais mais demandadas, estão autonomia, perfil analítico, adaptabilidade, comunicação e flexibilidade. 4. Gerente de Supply Chain O Gerente de Supply Chain (Cadeia de suprimentos, em português) atua na gestão eficiente e integrada de todas as atividades relacionadas ao fluxo de materiais, informações e serviços, desde a aquisição de matérias-primas até a entrega do produto final aos clientes, desenvolvendo estratégias e planos para otimizar a cadeia de suprimentos, alinhados aos objetivos estratégicos da empresa. Entre suas responsabilidades estão a gestão de estoques, equipe, fornecedores e riscos, além de gerenciar a logística e implementar processos de melhoria contínua na cadeia de suprimentos para aumentar eficiência, reduzir custos e melhorar a qualidade. Trabalha ainda na resolução de problemas operacionais, lidando com desafios imprevistos na cadeia de suprimentos. Alinhada às demandas atuais, é preciso também garantir que todas as práticas estejam em conformidade com regulamentações e padrões éticos, além de promover práticas sustentáveis na cadeia de suprimentos. Para garantir alinhamento estratégico e operacional, esse profissional trabalha em estreita colaboração com outras áreas da empresa, como produção, vendas, marketing e finanças, e precisa desenvolver habilidades comportamentais como adaptabilidade, comunicação, perfil analítico, autonomia e flexibilidade. 5. Generalista de RH Um Generalista de Recursos Humanos (RH) atua em diversas áreas da gestão de pessoas, sendo responsável por uma variedade de funções que abrangem desde a aquisição de talentos até o desenvolvimento e a retenção de funcionários, contribuindo para a promoção e manutenção da cultura organizacional da empresa. Função essencial para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo, facilita o processo de integração de novos funcionários, gerencia programas de benefícios, como seguro de saúde e planos de aposentadoria, implementa e administra processos de avaliação de desempenho, e identifica necessidades de treinamento e desenvolvimento. É também responsável por facilitar a comunicação interna entre a administração e os funcionários, bem como entre diferentes departamentos, gerenciar relações trabalhistas, lidar com conflitos e resolver problemas relacionados a questões interpessoais no ambiente de trabalho, inclusive com questões disciplinares, se necessário. Ao contrário de especialistas que se concentram em uma área específica, os generalistas de RH têm conhecimento em várias disciplinas dentro do campo de recursos humanos. Entre as habilidades comportamentais mais demandadas, estão relacionamento interpessoal, visão de negócios, adaptabilidade, hands on e inteligência emocional. |
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