A eterna luta entre o capital e o trabalho foi a questão central discutida por Karl Marx,desde o “Manifesto Comunista”.
Depois de muitas voltas,adaptações e doutrinas secundárias surgidas em todo o mundo,em torno do socialismo,ou comunismo,nem todas elas prosperaram,mas algumas permanecem ativas exercendo forte influência nos países sobre os quais antes se considerava “impossível” essa influência prosperar,a ponto de tomar o poder,em virtude de “aparelhamentos” específicos incutidos nas diversas democracias nacionais. Abandonaram a idéia das revoluções violentas,como as comunistas de antes,para que se implantasse essa ideologia de modo pacífico,através do “voto”nas eleições.
Particularmente a “Escola Frankfurt”,e o “Granscismo” ,derivados do marxismo,se alternaram para influenciar muitas sociedades,inclusive a brasileira, a dar o seu “voto” para candidatos marxistas dessas tendências. E o primeiro passo seria a destruição completa dos alicerces dos valores políticos, morais e religiosos dessas sociedades,adquiridos através da cultura judaico-cristã. Mas para isso teriam antes que “contaminar” de vermelho as respectivas sociedades ,infiltrando-se nas suas escolas, religiões,instituições públicas diversas,nos sindicatos,e em todos os outros lugares onde pudesse ser possível essa “agitação” da esquerda.
Marx havia denunciado a ”mais valia”,correspondente à fração do trabalho não remunerado,”embolsado” pelo dono do capital,como o principal componente da exploração do trabalho pelo capital.
Mas parece que agora os políticos que usaram a bandeira do socialismo e se elegeram,não só mais discordam da “mais valia”, vista como “antigamente”,que era a exploração do trabalho pelo capital,mas querem fazer uma “mais-valia” muito “engraçada”,que seria a MAIS VALIA-“INVERTIDA”,ao “avesso”,pretendendo com esse modelo fazer com que o “patrão” deixe de ganhar os frutos do capital que investiu e que lhe competem (chamados de “mais-valia” por Marx),e os repassem integralmente para a força de trabalho .O valor do trabalho e do investimento do “patrão" seria igual a “0” (zero).
Com essa “gracinha” que a esquerda pretende nos dois pólos do sistema capitalista de produção (capitalista e trabalhador),o dono do capital passaria à condição de “empregado”,”serviçal”, dos trabalhadores,passando todos os frutos (rendimentos,lucros,etc.) do seu capital para as mãos dos trabalhadores, mais ainda com a “condição” de ficar assumindo todos os riscos da produção e manter o seu capital não só intacto,porém “crescente”. Que nome daria Marx para essa situação? Qual a remuneração que os trabalhadores concederiam ao dono do capital onde trabalham para cuidar bem da “vaca” que lhes dá o leite.
O marxismo da Escola de Frankfurt,de Herbert Marcuse,entrou forte nos Estados Unidos. Penetrou fundo na cabeça dos intelectuais americanos e nas Universidades. Por isso a esquerda “identitária” americana é influenciada por Marcuse,mais do que por Marx.
E essa esquerda tomou de assalto o Partido Democrata dos Estados Unidos ,desde Kennedy,lá pela metade dos anos cinquenta do século passado ,e desde então elegeu diversos Presidentes,o mais ativo esquerdista deles, Barack Obama. E presentemente a esquerda da Escola de Frankfurt se faz presente com Joe Biden,do Partido Democrata.
De uns dez anos para cá, os ativistas identitários da esquerda se fortaleceram. Intensificaram nos Estados Unidos movimentos diversos que tratam de grupos seletos,como mulheres,minoriais sexuais (LGTBQI+),e raciais, para os quais querem um tratamento “diferenciado”,“especial”,”superior” aos outros,a fim de “compensar” um passado de “inferioridade”. Todas as expressões que caracterizam essas “minorias”,como “gay”,”LGTBQI+”,”queer”, foram criadas pela esquerda dos Estados Unidos. E “importadas” ,sem qualquer tradução pela “macaquice” da esquerda identitária “tupiniquim”. Engraçado em tudo isso é que nos anos 50 a esquerda brasileira demonizava o “imperialismo” americano, e agora adota o seu novo “imperialismo”. O da esquerda.
Por que não acabar com todas essas divergências sem fim, entre o capital e o trabalho? Por que não fazer uma “sociedade” entre ambos? Por que não dar um impulso no desenvolvimento econômico de modo a aumentar os ganhos do trabalho e do próprio capital?
Tudo seria muito fácil. Uma justa divisão seria feita sobre os FRUTOS do capital,uma parte para remunerar o próprio capital,e a outra para remunerar o trabalho,numa escala a ser definida pelas próprias entidades dos trabalhadores,diferenciando os salários conforme suas qualificações. Por exemplo,do total dos 100% do capital,30% (ou outro número qualquer) caberiam ao dono do capital,o restante dos 70% distribuído entre os trabalhadores. É mais ou mesmo assim que se procede nas pescarias artesais,onde o dono do barco (um dos tripulantes) ganha um certo percentual do produto da pesca,e os demais “trabalhadores” dividem entre si o restante.
A consequência dessa nova realidade seria a de que nem o trabalhador,nem o dono do capital,teriam ganhos certos,e sim “variáveis”,conforme a quantidade da “pescaria”.
Não fosse por outras inúmeras vantagens,imagine-se o impulso que se daria no desenvolvimento econômico,incutindo no cérebro do trabalhador os mesmos estímulos positivos que têm o “patrão”. É certo que a economia “decolaria” sem um único “tostão” de investimento. E todos sairiam ganhando.
Mas o primeiro passo teria que ser uma grande fogueira com toda a legislação trabalhista arcaica,que garante alguma esmola ao trabalhador,mas obstaculiza o seu efetivo progresso social.
Também não se poderia contar com nenhum partido político para essas mudanças.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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