Seja
para relaxar, divertir-se, desestressar ou mesmo cultivar o amor pelas
ferrovias, muitas pessoas têm aderido ao hobby do ferreomodelismo,
afinal, o trem elétrico é uma excelente opção para quem está procurando
algo para entreter a mente e passar o tempo. Em várias cidades do
Nordeste, moradores têm cultivado cada vez mais este hobby.
Em
João Pessoa, na Paraíba, alguns ferreomodelistas possuem verdadeiros
‘patrimônios’ em casa, e até hoje os trens despertam curiosidade e
saudosismo nas pessoas. O professor universitário aposentado João Carlos
Dias Ferreira iniciou-se neste hobby em 1984, quando comprou seu
primeiro trem elétrico. “Sempre gostei de trens, até por influência
familiar, pois dois tios, irmãos de meu pai, eram ferroviários, e nas
décadas de 50, 60 e 70 utilizávamos bastante este meio de transporte.
Eram viagens muito gostosas”, diz Ferreira, que hoje possui 1.100
vagões, 160 carros de passageiros e 220 locomotivas. O próximo passo
para fomentar ainda mais esta paixão será a construção de própria
maquete. “Já construí um salão de 150 m2, em um terreno de
minha propriedade, e é lá que pretendo erguer minha maquete. Assim que
eu instalar os aparelhos de ar condicionado, iniciarei a construção
dela”, explica Ferreira, que diariamente mexe em sua coleção, seja para
organizá-la ou limpá-la.
Em
Parnamirim, no Rio Grande do Norte, o aposentado da polícia rodoviária
federal Sebastião Olavo da Silva iniciou-se neste hobby em 2005. “Herdei
esta paixão pelos trens de meu avô, que era maquinista. Eu o ficava
olhando passar com o trem pela cidade e achava extremamente curioso o
mecanismo de funcionamento das rodas das locomotivas, pois era algo
muito engenhoso. Minha avó servia café para ele e os trabalhadores da
ferrovia, e tenho muitas lembranças positivas desta época. Hoje, a
rodovia vai até a estação de Parnamirim, e o trecho que continua depois
dela e vai até Recife foi desativado”, conta Silva. “Gosto muito de
filmes de western, e é sempre bom quando há cenas com trens antigos, e
esta paixão pelos trens também está com meu neto Thiago, que muita me
ajuda na compra de matérias de ferreomodelismo pela internet”. Em sua
coleção, Silva possui 5 locomotivas e 14 vagões, que rodam em um pequeno
círculo oval em sua casa. “Cheguei a montar uma maquete numa mesa
retrátil confeccionada por mim, mas ela está desativada”, diz Silva.
Thiago
Augusto Mendes Pinheiro, seu neto, também é um admirador deste hobby.
“É muito bonito, e sempre ajudei meu avô com as compras on-line e
algumas dúvidas. A qualidade dos produtos Frateschi impressiona e
encoraja o ferreomodelista a continuar com a atividade”, conclui. A
Frateschi é a única fabricante de trens elétricos em miniaturas e
réplicas de composições reais na América Latina. A empresa está sediada
em Ribeirão Preto, no interior paulista, e tem na região Nordeste um de
seus principais mercados.
Em
Olinda, Pernambuco, o aposentado Marc Aubert aderiu a este hobby para
matar a saudade dos áureos tempos das ferrovias. Ele passou a se dedicar
ao ferreomodelismo há 12 anos para realizar um sonho de infância.
“Herdei essa paixão de amigos alemães de São Paulo, na década de 50. Eu
tenho até uma maquete que comecei a construir. Como sou amputado da
perna direita, as dificuldades são enormes, pois me canso com
facilidade, e qualquer coisa leva o dobro de tempo para ser realizada”,
afirma. Em sua coleção, ele possui 20 vagões e 5 locomotivas. “Mexo com
este hobby diariamente, durante toda a tarde”. Em Pernambuco, este hobby
ganhou até uma entidade para reunir os aficionados por ele, a APEFE
(Associação Pernambucana de Ferreomodelismo e Preservação à Ferrovia),
fundada em 2008.
Em
Juazeiro do Norte, o piloto de aeronaves Diogo Alencar também é
aficionado por trens. Mesmo vivendo boa parte de seu tempo voando, é sob
os trilhos que ele tem realizado um sonho de infância. “Comecei há
pouco tempo com este hobby, pois, quando criança, sonhava em ter um
trenzinho para brincar, mas as condições financeiras não permitiam.
Agora, estou tendo a grata satisfação de ter meu primeiro trem
elétrico”, conta Alencar, que está construindo sua primeira maquete,
onde colocará sua locomotiva e seus sete vagões. Mas a ideia é, aos
poucos, aumentar a coleção. “A cidade onde nasci e me criei não possui
ferrovias, e tanto a paixão por trens quando pelos aviões veio do nada”,
diz o piloto, que mexe em sua maquete diariamente.
No
Maranhão, o empresário Carlos Alberto Alves de Sousa, que mora em
Timon, também aderiu ao hobby. “Sempre gostei de trens e andei muito
neste meio de transporte com meu avô. Infelizmente, hoje não há mais
trens de passageiros, com exceção dos turísticos, apenas de cargas.
Cresci com essa ideia, e há um ano, navegando pela internet, descobri a
empresa Frateschi e iniciei minha coleção”, conta o empresário. Sousa
cultiva este hobby com frequência, e seus filhos também participam dele.
“Eles me ajudam nessa brincadeira e adoram os trens”.
Já
em Maceió, o eletrotécnico Gilvan Feitosa dos Santos, adora ferrovia e,
após ver uma reportagem sobre ferreomodelismo, passou a se dedicar ao
hobby. “Isso faz mais ou menos uns três anos, e de lá para cá tenho
intensificado essa atividade. Já adquiri 3 locomotivas e 12 vagões e
estou terminando a minha primeira maquete, onde colocarei meus trens
para rodar”, diz Santos, que herdou essa paixão de seu pai. “Hoje,
procuro mexer com este hobby de uma a duas vezes por semana”, completa.
Em
Fortaleza, o engenheiro João Luiz Guimarães Franco, começou com este
hobby há cerca de 20 anos. “Passei a me interessar pelo tema por
intermédio do meu pai, que possuía alguns trens; hoje possuo umas 10
locomotivas e uns 40 vagões. Por aqui há poucos praticantes de
ferreomodelismo, talvez pelo fato de a cidade ser muito quente. Mas
seria interessante se Fortaleza possuísse uma área que pudesse reunir os
amantes deste hobby, como tem no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e
em outros locais do país”, afirma Franco, que já teve uma maquete, onde
colocava seus trens para rodar, mas a desativou. “Agora estou pensando
em construir uma outra”, finaliza.
Um dos hobbies mais antigos do mundo
O
ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo, e sua origem
remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado
massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por
volta de 1830, por artesãos alemães. De lá para cá, muita coisa mudou,
principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas
ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos.
Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou.
“O
ferreomodelismo é uma mistura de entretenimento, baseado em modelos de
escala, e arte, pois os amantes deste hobby ficam fascinados quando
começam a construir suas maquetes, fazer toda a parte de decoração e
cenário e projetar as construções. É preciso ter capacidade de
observação para se construir uma maquete, pois todo esse trabalho de
reprodução do mundo real é totalmente artesanal”, diz Lucas Frateschi,
diretor da Frateschi Trens Elétricos, empresa com sede em Ribeirão
Preto, no interior paulista, que possui mais de 50 anos de atuação no
mercado e é a única fabricante de trens elétricos em miniaturas e
réplicas de composições reais na América Latina. “Em tempos como estes,
em que as famílias têm ficado em casa, é preciso arrumar algum hobby
para distrair a mente. As pessoas pensam que o transporte ferroviário
morreu, mas ele está vivo e em expansão. A ferrovia é de valor
estratégico imprescindível para um país como o Brasil, e este
crescimento ajuda a fomentar ainda a mais a paixão que muitos
brasileiros têm pelos trens, sendo que muitos passam o hobby do
ferreomodelismo para as futuras gerações”, finaliza Lucas.
Sobre a Frateschi
Fundada
em 1967, a Indústrias Reunidas Frateschi é a única fabricante da
América Latina de trens elétricos em miniaturas e réplicas de
composições reais. Situada em Ribeirão Preto, no interior paulista, tem a
missão de divulgar e preservar a memória ferroviária do Brasil, por
meio da prática do ferreomodelismo. Há mais de 50 anos neste mercado, a
empresa tem a convicção de que importantes relações humanas, como a
interação entre pai e filho, avô e neto e amigos, são fortalecidas em
momentos descontraídos durante a prática deste hobby.
Com
atuação nacional e internacional, a Frateschi possui representantes nos
Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Bahia, Ceará e Pernambuco, além do Distrito Federal. No exterior, seus
representantes estão na Argentina, Chile, Uruguai, Austrália, Nova
Zelândia, Rússia, Suíça, África do Sul e Taiwan.
Mais informações podem ser obtidas no site www.frateschi.com.br.
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