MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

SENAI CETIQT recebe 1º Bioeconomia em Rede e reúne especialistas de diversos segmentos para debater o assunto


No último dia 26 de outubro, aconteceu, no Parque Tecnológico do SENAI CETIQT, o 1º Bioeconomia em Rede, uma iniciativa da Rede MCTI/EMBRAPII de Inovação em Bioeconomia lançada em outubro com o objetivo de estimular e fomentar a atividade de PD&I entre centros de pesquisa e empresas, agregando valor e sustentabilidade à bioeconomia brasileira. O evento reuniu especialistas de diversos segmentos que debateram, por meio de palestras e mesas-redondas, as “Expectativas e Desafios” envolvidos no desenvolvimento do ecossistema de inovação em Bioeconomia, promovendo conexão, diálogo e evidenciando oportunidades para os negócios. O evento foi apresentado pela Coordenadora de Inteligência Competitiva do SENAI CETIQT, Victoria Santos e aberto pelo Gerente do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos (SENAI CETIQT), João Bruno Valentim, saudando os presentes. 

 

O professor de Engenharia Química da UFRJ, Fábio Oroski, iniciou o evento apresentando o painel “Ecossistemas de Inovação para a Bioeconomia”. “A gente pode olhar a economia sob duas perspectivas: a da demanda e da oferta. Ouso dizer que, por algum momento, a gente consegue perceber que o que há de mais forte na agenda do desenvolvimento da economia é uma tensão para a estruturação da oferta. Mas, diante do desenvolvimento de uma Bioeconomia voltada para a biodiversidade, é importante que a gente também insira o desenvolvimento de demandas, principalmente as não-estruturadas. Como estamos diante de uma enorme potencialidade de recursos de produtos que devem ser obtidos, esforços tecnológicos e desenvolvimentos de aplicações devem ser contemplados quando a gente está discutindo o sistema de inovação em Bioeconomia. Muitos setores ainda são emergentes e se estruturam como processos de inovação e a gente olha para a estruturação da Bioeconomia a partir de quatro dimensões: matérias-primas, tecnologias, produtos e, a partir de um encapsulamento dessas três dimensões, uma quarta, que chamamos de ‘modelo de negócios’. Os desafios na estruturação das cadeias na chamada Bioeconomia da Biodiversidade incluem acesso estruturado à matéria-prima; logística e desenvolvimento de canais de distribuição e comercialização; estruturação local; divisão equilibrada de atividades e margens; incorporação do conhecimento tradicional no desenvolvimento da bioeconomia da biodiversidade; e posicionamento mercadológico, entre outros”, revela. 

 

Vanderlan Bolzani, Mestre e Doutora em Ciências pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo, professora titular do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista e membro da coordenação do programa BIOTA-FAPESP, iniciou a palestra “Mapeamento da biodiversidade e suas oportunidades” falando sobre sua paixão pela biodiversidade do planeta e como nossos recursos são pouco utilizados e valorizados. “Nós temos seis biomas distintos que, se forem extintos, sumiremos com eles também. Essa é uma preocupação na comunidade europeia, nos Estados Unidos e na Austrália. Quando falamos de biodiversidade, frequentemente pensamos em alimentos; porém os fármacos; agroquímicos; têxtil; madeira; combustível; material de construção; e cosméticos – também podem representar uma indústria bilionária a partir da natureza. A ciência em produtos naturais é muito cara. Para o setor empresarial, que quer investir em Bioeconomia, é preciso saber que não é barato, que tem que haver investimento alto. Não temos política de Estado, temos política de governo. Precisamos de base de dados da biodiversidade brasileira, que é importante para o conhecimento dos nossos produtos naturais; precisamos de projetos de pesquisa de longa duração e com grande financiamento; mostrar para o setor empresarial que a pesquisa em produtos naturais é importante para a Bioeconomia. A boa ciência gera boa tecnologia”, ressaltou.  

 

O Gerente de Economia Circular e Sustentabilidade na Europa e Ásia pela Braskem, Lucas Palhares, apresentou a palestra “Bioeconomia como direcionador estratégico dos negócios”. Durante sua apresentação, Lucas falou um pouco sobre a história da Braskem - empresa petroquímica de atuação global, com o propósito de criar soluções sustentáveis da química e do plástico - na trajetória sobre a economia circular e de carbono neutro. Ele explicou que a empresa acredita que o plástico e a química fazem a vida das pessoas melhores e, por isso, investem em polietileno verde, um plástico feito da cana-de-açúcar. “A gente tem um programa de descarbonização completo que busca implementar a redução em 15% até 2030. No inventário de carbono da Braskem tem alguns pilares de ação então é preciso ter esse mindset na equipe industrial considerando isso nos projetos e colocar como fator na tomada de decisão do investimento”, disse Lucas, também ressaltando que um dos objetivos da empresa em relação a biopolímeros é quintuplicar a produção, podendo chegar, em 2030, a 1 milhão de toneladas, se consolidando como a maior produtora do mundo. 

 

O que é a Bioeconomia  

De acordo com o Portal da Indústria, Bioeconomia é a ciência que estuda os sistemas biológicos e recursos naturais aliados à utilização de novas tecnologias com propósitos de criar produtos e serviços mais sustentáveis. A Bioeconomia está presente na produção de vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais, biocombustíveis, cosméticos entre outros. Ela emprega novas tecnologias a fim de originar uma ampla diversidade de produtos. Engloba as indústrias de processamento e serviços e relaciona-se ao desenvolvimento e à produção de fármacos, vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais e animais, bioplásticos e materiais compósitos, biocombustíveis, produtos químicos de base biológica, cosméticos, alimentos e fibras. 

 

O SENAI CETIQT    

O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT – é formado pela Faculdade SENAI CETIQT, Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras e pelo Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção, que é o responsável pela gestão dos projetos integrados com SEBRAE e com o Grupo SOMA. Inaugurado em 1949, é hoje um dos maiores centros de geração de conhecimento da cadeia produtiva química, têxtil e de confecção, setores que juntos geram cerca de 11,9 milhões de empregos no país. 

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