Lula e Janja saíram rumo à lua-de-mel num carro popular. Mentira, claro! A imagem é meramente ilustrativa. Paulo Polzonoff para a Gazeta do Povo:
Ao
som do afinado coro “Olê, olê, olá, olá/ Athayde Petreyze veio pra
ficá!” (letra de Bráulio Bessa e música de Ivan Lins), fui instado por
meus fãs e meu elegante editor, que vestia um terno Ermenegildo Nonato e
calçava um tênis Balenciaga, daqueles de R$10 mil, a voltar a este
espaço e ocupar o lugar do colunista Paulo Polzonoff Jr.,
impossibilitado de escrever por causa da acachapante febre (36,8) da
Covid-19.
*
E
aqui estou para contar bastidores da lula-de-mel, digo, lua-de-mel de
Lula e Janja. Sim, eu estava lá e acompanhei tudo. Mas, como sou um
colunista social com consciência social & moral, deixarei os
detalhes da noite de núpcias para a imaginação do eleitor, eleitora e
eleitore apaixonado por Lula. Digamos apenas que o voto foi
carinhosamente depositado numa urna sedenta por democracia.
*
A
lula-de-mel marcou o primeiro entrevero político do casal
ideologicamente afinadíssimo. Lula, sempre consciente da miséria do
nosso povo sofrido, queria um quartinho bem simples num Fasano qualquer
da vida, enquanto Janja preferia passar a lua-de-mel num acampamento do
MTST. Lula, um ás do xadrez 4D da política, argumentou que não poderia
privilegiar Guilherme Boulos em detrimento do companheiro Stédile.
*
Essa foi a primeira decisão acertada de um terceiro governo Lula.
*
Quem
resolveu a questão foi o sempre prestativo e maquiavelicamente
inteligente José Dirceu, que convenceu o casal de que a vida é curta
demais para essa coisa de movimento social e de que eles precisavam
aprender com Marx a tirar o máximo proveito do conforto burguês.
*
A
Grand Suite Imperial Top Max Plus do hotel Gulag Ibirapuera acabou
sendo o escolhido. Ao preço de R$200 mil a diária, o casal desfrutou de
um quarto com cama, vista para o prédio da frente, trilha sonora
ambiente dos aviões que pousam em Congonhas, condicionador Neutrox e
xampu Seda. Tudo foi pago por um amigo, claro.
*
No
dia seguinte à estupenda noite de núpcias (dizem os mais próximos que o
prazer foi maior do que o da posse, em 2002, e o da saída da prisão, em
2020), o casal se sentou diante da TV para acompanhar um caso
importante para a noiva: o julgamento do machista Johnny Depp, acusado
de alguma coisa muito grave e feia pela doce e bela Amber Heard.
*
Lula
quis saber quem eram os envolvidos. Janja escureceu que Depp (não
confundir com um dos maiores poetas da nossa geração, o profundo Johnny
Deep) e Amber estavam lavando roupa suja em público. Lula, depois de
contar uma história triste sobre o tempo em que era obrigado a lavar a
roupa para toda a família num corregozinho que passava atrás da fábrica
no ABC, anunciou que, eleito, pretende criar uma Secretaria Especial
para a Lavação de Roupa Suja. Os olhinhos de Janja brilharam.
*
Neste
momento, nós da imprensa fomos convidados a nos retirar para que Lula e
Janja participassem do segundo turno da noite de núpcias. Ficaram
apenas uns assessores próximos e alguns ministros do STF, além do
onipresente fotógrafo Ricardo Stuckert. No corredor do hotel, os colegas
reclamavam de não poderem testemunhar o vigor político do nosso Grande
Timoneiro. Pelo que se ouviu, contudo, a apuração foi muito rápida e
Lula saiu na frente.
*
Janja, soube-se depois, pediu recontagem de votos, mas Lula argumentou que o voto auditável era contra a democracia.
* Athayde Petreyze é colunista social, divulgador científico e candidato a uma vaga no STF.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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