Alex Pipkin, PhD
Não tenho nenhuma brecha de dúvida de que a grande maioria do eleitorado “vota com a barriga”.
Em última análise, o povo escolhe seu candidato à presidência em função da situação econômica.
Nesse sentido, e de acordo com alguns analistas políticos, as pesquisas
eleitorais no Brasil têm refletido os efeitos da alta inflação,
especialmente, e justificam a liderança do ex-presidente Lula da Silva.
Parece haver consenso de que a inflação é um fenômeno global, sobretudo
em razão da pandemia da Covid-19 e dos desdobramentos da guerra entre
Rússia e Ucrânia.
Penso que, sem dúvida, há variáveis globais que a explicam, porém,
muitas vezes passam despercebidas as políticas implementadas por
governos específicos, a fim de estacar a inflação e retomar a rota do
crescimento.
Os EUA, por exemplo, vive uma alta da inflação inédita, com 8,6% em
maio, reduzindo a renda e empobrecendo as famílias americanas, com
grandes chances do país entrar em uma situação de recessão.
Os motivos desse panorama, devem-se as políticas do governo Biden de
impulsionar enormes gastos governamentais, inclusive na condição
pandêmica, e a demora no aumento das taxas de juros.
Aqueles dotados de conhecimento econômico efetivo, já haviam previsto o
inferno na torre americana. Não importa, essa turma parece sempre
colocar o foco no “progressismo social”, ao invés de por naquilo que tem
que ser realizado prudentemente na esfera econômica.
Pelas bandas verdes-amarelas, embora se conviva com alta inflação,
desemprego e fome, as políticas adotadas pelo PR e sua equipe de governo
são, felizmente, outras.
O PR se posicionou contra a “festa dos lockdowns, e a economia a gente
vê depois”, e na medida do possível, mesmo com o necessário auxílio
emergencial, apoiou o incansável defensor do teto de gastos, o ministro
Paulo Guedes.
Apesar da alta inflação, o país vem crescendo e, segundo Guedes, o
Brasil poderá entrar em um ciclo de crescimento longo de 3% ao ano.
As previsões do Banco Central e de Guedes são de que a inflação começará a cair, e com isso, o país deverá crescer 2% neste ano.
De alguma maneira, a política fiscal demonstra uma queda nos impostos -
que precisam ser simplificados -, além de um aumento significativo de
arrecadação. O Brasil tem a seu favor o fato de ser vocacionado para o
agronegócio, além de ser um polo atrativo para investimentos no setor de
infraestrutura. Evidente que para tanto, é necessário melhorar a
questão da segurança jurídica.
Muito embora a boa notícia seja a de que o desemprego esteja caindo,
esse ainda é alto e, portanto, é necessária uma série de reformas, que
envolvem a transformação da educação e o estímulo ao envolvimento das
empresas nacionais nas cadeias globais de suprimentos, por exemplo.
Sou totalmente contra a interferência do governo nas estatais - claro
que é essencial privatizá-las -, mas o PR, centrado no problema das
pessoas, “agitou” e logrou reduzir tributos, a fim de fazer baixar o
preço dos combustíveis e da energia.
Sim, o povo “vota com a barriga”, a crise é real, porém, não se pode
acreditar em Coelhinho da Páscoa e hipotecar o futuro do país.
O candidato ex-presidiário já verbalizou que se eleito irá acabar com o
teto de gastos e impulsionará uma ampla agenda de gastos governamentais,
justamente o oposto daquilo que o conhecimento econômico recomenda para
o ajuste das políticas fiscal e monetária. O semianalfabeto e
analfabeto econômico, não aprendeu nem com a cadeia.
Verdadeiramente, ele e os mais de Quarenta Ladrões, estão centrados nas
“vitais questões progressistas”, tais como a regulação da mídia, as
causas LGBTQIA+, o controle de armas, enfim. Claro, continuam com o
encantador papinho morfético do “O Petróleo é Nosso”, e são contra as
privatizações.
Não, não estamos bem, mas num mundo real, para lá das bravatas e dos
devaneios, imaginem como ficaria a inflação e os preços dos bens, dos
alimentos e dos combustíveis, com uma equipe de ignorantes econômicos e
incompetentes - e alguns mal-intencionados - retornando a cena do crime.
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