Muitas pessoas deixaram de procurar um cardiologista, por conta do medo da infecção pela Covid-19.
Foto: Romildo de Jesus
Por Cleusa Duarte
Hoje, sexta-feira (29), será celebrado o Dia Mundial do AVC, popularmente chamado de derrame, é uma das principais causas de morte ou incapacidade com sequelas permanentes no Brasil. Mundialmente essa condição é alarmante sendo identificada uma morte por derrame cerebral a cada seis segundos, independentemente da idade ou sexo do paciente. Segundo a Organização Mundial de AVC, 70 mil brasileiros morrem de AVC todos os anos, essa é a doença que mais mata no país. Uma em cada 10 pessoas que sofreram um AVC terá outro ataque nos últimos 12 meses seguintes. De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB), somente este ano em todo o estado, 2.624 pessoas morreram pela doença.
Ano passado, foram 3.614 mortes pela doença e em 2019 foram 3.719. Quando o assunto é internação este ano foram 13.001 pacientes internados, ano passado 13.945 e em 2019, 12.100.
Especialistas alertam que uma pessoa que sofre um derrame tem até seis horas para utilizar o medicamento específico (trombolítico) para reduzir ou evitar as sequelas permanentes. O medicamento existente no Brasil é aprovado pelos protocolos do Ministério da Saúde e sua eficácia é de 50% no que diz respeito à melhoria do paciente.
Existem dois tipos de derrame, o isquêmico (que ocorre pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral causando falta de circulação no território vascular) ou hemorrágico (causado pela ruptura espontânea de um vaso, com extravasamento de sangue para o interior do cérebro). O isquêmico é mais comum com aproximadamente 85% dos casos e o hemorrágico está presente em 15% dos casos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o AVC é a segunda principal causa de morte entre pessoas acima dos 60 anos de idade, e a quinta causa principal dos 15 aos 59 anos. Ele também afeta crianças, incluindo recém-nascidos. A cada ano, cerca de seis milhões de pessoas morrem de acidente vascular cerebral sendo o responsável por mais mortes anualmente do que os atribuídos à Aids, tuberculose e malária juntos.
O cardiologista, Dr. Luiz Eduardo Ritt, alerta para os sinais de possíveis problemas cardiovasculares, e ressalta que, diante de qualquer um deles, um cardiologista deve ser procurado o quanto antes.
“Em casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), temos a confusão mental, formigamento, fraqueza ou diminuição da força de um lado do corpo, dor de cabeça intensa, desmaio, perda de visão em um dos olhos ou alterações da fala. Estamos falando da segunda principal causa de morte no Brasil, por isso, é importante estar atento”, observa.
Também segundo o especialista, a preocupação quanto a esses diagnósticos se torna ainda maior, porque, diante do quadro de pandemia, muitas pessoas deixaram de procurar um cardiologista, por conta do medo da infecção pela Covid-19.
“Tivemos uma redução na procura pelo médico cardiologista, e isso gera um menor controle dos fatores de risco e ajuste dos medicamentos, o que pode ter desencadeado uma quantidade maior de doenças graves. Além disso, algumas pessoas ficaram em casa, sobretudo no auge da pandemia, mesmo apresentando algum desses sintomas, e não tiveram seu quadro diagnosticado”, observa.
Para uma vida mais saudável é recomendada uma dieta equilibrada com proteínas, aminoácidos, fibras, carboidratos e gorduras. É importante priorizar a diminuição do colesterol ruim, e evitar o consumo exacerbado de sal, que não deve ultrapassar 5 gramas por dia (e de açúcar 25 gramas). O consumo de bebidas alcoólicas também deve ser evitado, assim como o fumo.
Outro fator recomendado para evitar problemas cardíacos é no caso dos indivíduos hipertensos ou diabéticos. Eles devem seguir o tratamento corretamente. Quem estiver acima do peso é aconselhado a emagrecer, ainda é importante evitar o estresse e ficar atento ao acúmulo de gordura abdominal.
O Dia Mundial de Combate ao AVC este ano, tem como foco o reconhecimento rápido dos sintomas em campanha da World Stroke Organization, da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e outras entidades de apoio ao paciente com AVC. O tema da campanha 2021 é: Aprenda os sinais de um AVC.
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