Teleodontologia cresce durante a pandemia e especialistas do UDF avaliam a nova modalidade de serviço

 

Professores do curso de Odontologia apontam importância das orientações on-line, mas alertam que o atendimento presencial não deve ser substituído

Distrito Federal, 25 de fevereiro de 2021 – Por conta da pandemia e da importância em manter o distanciamento social, a área de Odontologia ganhou um aumento exponencial no atendimento à distância. A teleodontologia, como é conhecida, consiste no contato virtual com pacientes a partir de novas tecnologias, a fim de promover e incentivar a saúde bucal.

Segundo Dr. Emílio Barbosa e Silva e Drª. Vanessa Reinaldo Carvalho, professores no curso de Odontologia do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, nos últimos meses a teleodontologia cresceu na pandemia e já ganhou nova resolução no Conselho Federal de Odontologia (CFO), a 226/2021, que relaciona o cenário de pandemia e esclarece as devidas atribuições.

 “A aplicação da tecnologia é um tema que está em alta no ambiente da Odontologia. Entretanto, já faz alguns anos que o Brasil conta com o serviço especializado de telessaúde e, agora, o tema ganhou maior repercussão”, avalia Dr. Emílio.

Na aplicação da nova modalidade, os profissionais têm recorrido a dois formatos: o síncrono, com uma comunicação remota em tempo real entre dentista e paciente, geralmente por meio de videoconferência, ou assíncrona, com comunicação remota off-line. “O serviço, além de promover a orientação correta ao paciente, evitando que ele saia de casa, é extremamente seguro”, reforça.

Embora diversas áreas da saúde já autorizarem esse tipo de atendimento, segundo o especialista, a teleodontologia ainda não é uma prática de profissionais da área, principalmente, por ser algo novo e recente. “Porém, é um meio possível de manter a assistência, acompanhar os pacientes e prevenir patologias dos dentes e da boca”, comenta Emílio.

Entre os principais atendimentos com orientações de prevenção, Drª. Vanessa comenta que há casos de dores na região da face, cefaleias, disfunções e dores orofaciais, além de sensibilidade em múltiplos dentes sem origem dentária especifica, que podem estar relacionadas à saúde emocional dos pacientes, em geral, à fatores como ansiedade e estresse. “Com esse serviço de orientações práticas, podemos reduzir ou eliminar sintomas, ou ainda solicitar o atendimento presencial”, diz.

Apesar da importância do serviço, há uma concordância geral entre profissionais da saúde, de que o atendimento on-line ainda não substitui os atendimentos presenciais. “Essa é uma nova realidade que vem se expandindo, uma tendência que veio para ficar. Mas há casos que exigem o exame clínico, como fraturas dentárias, cortes e perfurações da mucosa, surgimento de secreção purulenta, sangramento gengival, aparecimento de lesões na cavidade bucal, nas quais são necessárias a intervenção odontológica de diagnóstico e tratamento”, afirma ela.

Por fim, para Drª. Vanessa, o atendimento odontológico à distância, assim como o presencial, também demanda o cumprimento de preceitos éticos profissionais, como o sigilo das informações obtidas durante a consulta, dos dados e registros no prontuário. “Existem plataformas, por meio das quais são realizados os atendimentos, que exigem a assinatura eletrônica do paciente e o registro pode ser feito via aplicativo de mensagens, e-mail ou telefone. Mas, o fundamental é que a ética na relação dentista e paciente precisa ser preservada, como é feito no atendimento presencial convencional”, finaliza.

Serviço:

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