O Ford EcoSport deixou de ser produzido em janeiro,
junto do Ka e Ka Sedan. O fim da linha para o SUV se deu pelo fechamento
da unidade de Camaçari (BA). A Ford decidiu deixar de fabricar carros
no Brasil. E diante da notícia, o jipinho já perdeu lastro, segundo o
portal Mobiauto.
De acordo como o site, o EcoSport registrou depreciação de 8,94% desde o
anúncio do fechamento das fábricas. Ao mesmo tempo, modelos como
Chevrolet Tracker e Jeep Renegade registraram desvalorização na casa dos
3%, segundo levantamento da Mobiauto.
Na conta do dono
Uma das razões para a depreciação acentuada está no comportamento do
proprietário que, para ficar livre do carro, reduz o valor para fechar
negócio rápido. “Na pressa de vender o carro, o consumidor reduz o preço
e isso aparece nos cálculos de depreciação. Como parte dos compradores
se desinteressou pelo carro, as cotações caem ainda mais”, explica o CEO
da Mobiauto, Sant Clair Castro Jr.
O caso da Ford é um exemplo clássico de como o próprio dono acaba
jogando “contra o patrimônio”, literalmente. Depois do anúncio do fim da
produção, é claro que surgiu um temor sobre comprar o modelo. Daí, quem
quer vender acaba tendo que se sujeitar a contrapropostas pouco
vantajosas.
Sem reajustes
Se para vender Eco usado o proprietário está cortando no preço,
concessionários que têm o jipinho em estoque estão segurando os valores
para atrair consumidores. Segundo a Mobiauto, a variação de preços do
EcoSport FreeStyle 1.5 entre dezembro de 2020 e janeiro foi de apenas
0,39%.
Ou seja, o SUV R$ 88.320 teve leve reajuste para R$ 88.868. Já os rivais anotaram altas entre 0,5% e 5,14% no mesmo período. “O consumidor não aceita pagar mais caro por um carro prestes a sair de linha”, lembra Castro Jr.
Já no caso do revendedor que tem o carro zero empoeirando no pátio, o
caminho é manter os valores para tentar convencer o consumidor de que
pode ser um bom negócio levar o SUV para casa. E, nesse caso, o
interessado deve fazer o mesmo que o comprador de usado: forçar um
desconto. Pois, se o dono do Eco cortou na carne para ficar livre do
jipinho baiano, o concessionário também precisa fazer o mesmo.
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