O último ataque ao agronegócio é particularmente estúpido – trata-se de um negócio chamado “zoneamento econômico e ecológico” do Mato Grosso. J. R. Guzzo para a Gazeta do Povo:
Houve
um tempo neste país em que se perseguia o “subversivo”, considerado
então uma desgraça pior que a saúva – ou o Brasil acabava com eles, ou
eles acabavam com o Brasil. Hoje, para a esquerda em geral, para a
classe média-alta urbana que reza pelo “verde” e, sobretudo, para
milhares de burocratas que habitam a máquina pública, “aparelhada” até o
talo nos últimos anos, o inimigo público número 1 do Brasil e do povo
brasileiro é o agricultor e o pecuarista.
O
agronegócio, neste mundo, não é o setor que mais dá certo em toda a
economia brasileira; o único, talvez, que vai realmente bem. Não é o
responsável direto por pouco mais de 100 bilhões de dólares em
exportações em 2020 – isso mesmo, 100 bilhões de dólares, sem os quais o
país não teria como comprar um prego no exterior. Não é um criador
essencial de empregos, de renda e de impostos. Não é a área mais
competitiva, moderna e tecnológica do universo econômico nacional. Nada
disso: o agronegócio, no entendimento dos citados acima, é uma doença a
ser exterminada a qualquer custo.
O
agronegócio, segundo seus inimigos, está transformando o país numa
“monocultura” – um “fazendão”, dizem os intelectuais da cidade, que só
serve para produzir soja e espalhar “agrotóxicos”. Está tornando o
Brasil “dependente da China”. Está acabando com a “floresta amazônica” –
mesmo quando as safras são colhidas no Paraná ou no Rio Grande do Sul.
Está levando as pessoas, aqui e fora daqui, a comerem mais carne. Está
matando as abelhas – enfim, é uma desgraça só.
O
último ataque é particularmente estúpido – trata-se de um negócio
chamado “zoneamento econômico e ecológico” do Mato Grosso. É uma
aberração através da qual os ditadorezinhos ambientalistas que vivem dos
impostos pagos por você estão tentando deixar aleijada uma região
inteira do estado que é hoje o principal produtor de grãos do Brasil.
Esse “zoneamento” declara que o Vale do Araguaia, uma região com cerca
de 20 municípios e 4 milhões de hectares, é uma “zona húmida” – e em
zona húmida, segundo propõem os autores da ideia, ninguém pode mexer.
Segundo
o “zoneamento” proposto, vai ficar proibido em toda a região, que tem
como polo central o município de São Félix, o plantio de soja, milho ou
qualquer lavoura intensiva. Vai ficar proibido o cultivo de pastagens
para criação de gado. Vai ficar proibida, até mesmo, a criação de peixes
em tanques de água – uma atividade de subsistência para assentados da
reforma agrária e proprietários de áreas mínimas de terra. Só será
permitida a pesca natural, nos rios – provavelmente sob a fiscalização,
controle e permissão dos criadores do “zoneamento” e, quem sabe, do
Ministério Público do “Meio Ambiente”. É uma alucinação.
Um
país está com problemas sérios quando quem trabalha no campo, e está
dando uma contribuição vital à sociedade, precisa pedir licença para
fazer o seu trabalho a um bando de burocratas que não foram eleitos por
ninguém.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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