A presença do presidente JairBolsonaro em um protesto em frente ao
Quartel General do Exército, em Brasília, gerou reações de autoridades
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares . No ato, os
manifestantes utilizaram cartazes e gritos de ordem para expressar
demanda inconstitucionais, como uma intervenção militar, o fechamento do
Congresso e do STF e um novo AI-5, ato que marcou o início da fase mais
violenta da ditadura militar. Entre os principais pedidos estava também
a retomada de atividades econômicas não-essenciais, interrompidas por
prefeitos e governadores como forma de combater o avanço do novo
coronavírus. O incômodo com o episódio ficou evidente em mensagens
publicadas nas redes sociais pelos ministros do Supremo Marco Aurélio
Mello e Luis Roberto Barroso, recém-eleito para presidir o Superior
Tribunal Eleitoral (TSE). Também se manifestaram o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso e o governador João Doria (SP). Houve ainda
falas de senadores — incluindo Randolfe Rodrigues (REDE-AC), líder da
oposição no Senado — e deputados. O PSDB, partido de FH e Doria, se
expressou por meio de nota assinada pelo presidente da sigla, Bruno
Araújo. Além de ter se encontrado com os manifestantes, que estavam
aglomerados e contrariavam recomendações da Organização Mundial da Saúde
(OMS) e do próprio Ministério da Saúde, Bolsonaro discursou para eles e
depois reproduziu imagens da reunião nas redes sociais. O ministro
Marco Aurélio disse ao jornal O Globo que o ato é uma atitude de
"saudosistas inoportunos": — Tempos estranhos! Não há espaço para
retrocesso. Os ares são democráticos e assim continuarão. Visão
totalitária merece a excomunhão maior. Saudosistas inoportunos. As
instituições estão funcionando. Barroso publicou duas mensagens no
Twitter nas quais classificou o traço autoritário do movimento como
"assustador" e afirmou que "pessoas de bem e que amam o Brasil" não
desejam o retorno do estado de exceção vivido entre as décadas de 1960 e
1980.
Nenhum comentário:
Postar um comentário