Foto: Gabriela Biló/Estadão
O presidente Jair Bolsonaro criticou pesquisa Datafolha
divulgada nesta segunda-feira (2) que apontou o aumento de sua
reprovação, inclusive entre a população mais rica. Em entrevista, ao
deixar o Palácio da Alvorada, ele questionou se alguém ainda acredita no
instituto de pesquisa. “Alguém acredita no Datafolha? Você acredita em
Papai Noel? Outra pergunta”, disse. Na entrevista, em seguida, o
presidente foi lembrado pela Folha de S.Paulo que, no início deste mês,
ele mesmo falou em dados compatíveis do instituto em pesquisa à época
sobre a rejeição ao garimpo em áreas indígenas. “De vez em quando,
quando a pesquisa não é politica, há uma tendência de fazer a coisa
certa. Há uma tendência”, disse Bolsonaro nesta segunda-feira.Pesquisa nacional feita pelo Datafolha aponta a erosão da popularidade de Bolsonaro em pouco menos de dois meses. A reprovação do presidente subiu de 33% para 38% em relação ao levantamento anterior do instituto, feito no início de julho, e diversos indicadores apontam uma deterioração de sua imagem. Foram ouvidas 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 municípios. A aprovação de Bolsonaro também caiu, dentro do limite da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, de 33% em julho para 29% agora. A avaliação do governo como regular ficou estável, passando de 31% para 30%.
A perda de apoio de Bolsonaro também foi acentuada entre aqueles mais ricos, com renda mensal acima de 10 salários mínimos. Neste segmento, a aprovação ao presidente caiu de 52% em julho para 37% agora -bastante significativa, ainda que se mantenha acima da média. A pior avaliação do mandatário é entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos (22%), os mais jovens (16 a 24 anos, 24%) e com escolaridade baixa (só ensino fundamental, 26%). Na pesquisa de julho e na anterior, de abril, estava consolidado um cenário em que o país se dividia em três partes iguais: quem achava Bolsonaro ótimo ou bom, ruim ou péssimo e regular. De dois meses para cá, o presidente viu aprovada na Câmara a reforma da Previdência, sua principal bandeira de governo. Ato contínuo, iniciou uma escalada de radicalização, acenando a seu eleitorado mais ideológico com uma sucessão de polêmicas.
Folhapress
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