Elio Gaspari
Folha/O Globo
Jair Bolsonaro foi a Nova York para discursar na Assembleia das Nações Unidas. Por diversos motivos, não teve encontros paralelos com outros chefes de Estado. Noves fora um aperto de mão com Donald Trump, reuniu-se com Rudolph Giuliani, o ex-prefeito de Nova York.
Se o capitão tivesse um chanceler teria sido aconselhado a evitar esse encontro pelos seguintes motivos: Giuliani não ocupa cargo público. Como advogado, ele cuida dos interesses particulares de Donald Trump. Sua mais conhecida atuação deu-se na defesa do cliente no cala-boca pago à atriz Stormy Daniels.
ENCALACRADO – Quando Bolsonaro chegou a Nova York sabia-se que Giuliani estava encalacrado no lance do telefonema de Trump para o presidente da Ucrânia. Nele o presidente americano pediu que o colega conversasse com Giuliani, e o advogado foi a Madri conversar com funcionários ucranianos. Dois colaboradores seus foram a Kiev.
No dia seguinte à partida de Bolsonaro, Trump viu-se obrigado a divulgar sua conversa com o ucraniano. Na quinta-feira conheceu-se o teor das acusações feitas contra Trump por um funcionário dos serviços de informações americanos, onde ele diz que Giuliani foi “uma figura central” na trama para usar o governo da Ucrânia para prejudicar o ex-vice-presidente Joseph Biden, que é candidato a presidente.
Se Bolsonaro tivesse chanceler, teria sido aconselhado a gastar aquela meia hora conversando com um engraxate brasileiro na Grand Central Station.
CALOTE DO FIES – O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse aos donos de universidades privadas que namoram um refresco para se livrar do calote que estimularam no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) o que todos os ministros já deveriam ter dito: “O que o governo vai fazer por vocês? Nada. Vocês têm que se virar.”
Segundo o ministro, “o Fies foi um crime do ponto de vista financeiro.” Mais que isso: foi o mais audacioso e custoso lance da privataria. O Fies dava financiamento a quem tirava zero na prova de redação, aceitava fiadores de fancaria, produziu um mico de R$ 17 bilhões e enriqueceu empresários espertalhões, ou senis, que acreditavam no moto contínuo.
CUMPLIICIDADE – Esse desastre foi construído com a cumplicidade da burocracia do MEC. Como dizia o ministro Paulo Renato: “Há setores que você pode até entregar para as freiras carmelitas descalças, mas na segunda reunião elas chegam com bolsas Vuitton”.
Se Weintraub mantiver sua promessa, a turma que passou a inadimplência de seus fregueses para a Viúva e ajeitou suas contas fazendo doações a candidatos, oferecendo cursos a gente boa, y otras cositas más , ficará chupando dedo.
Quem puder, se vira, quem não puder, quebra. E bola ao centro.
Folha/O Globo
Jair Bolsonaro foi a Nova York para discursar na Assembleia das Nações Unidas. Por diversos motivos, não teve encontros paralelos com outros chefes de Estado. Noves fora um aperto de mão com Donald Trump, reuniu-se com Rudolph Giuliani, o ex-prefeito de Nova York.
Se o capitão tivesse um chanceler teria sido aconselhado a evitar esse encontro pelos seguintes motivos: Giuliani não ocupa cargo público. Como advogado, ele cuida dos interesses particulares de Donald Trump. Sua mais conhecida atuação deu-se na defesa do cliente no cala-boca pago à atriz Stormy Daniels.
ENCALACRADO – Quando Bolsonaro chegou a Nova York sabia-se que Giuliani estava encalacrado no lance do telefonema de Trump para o presidente da Ucrânia. Nele o presidente americano pediu que o colega conversasse com Giuliani, e o advogado foi a Madri conversar com funcionários ucranianos. Dois colaboradores seus foram a Kiev.
No dia seguinte à partida de Bolsonaro, Trump viu-se obrigado a divulgar sua conversa com o ucraniano. Na quinta-feira conheceu-se o teor das acusações feitas contra Trump por um funcionário dos serviços de informações americanos, onde ele diz que Giuliani foi “uma figura central” na trama para usar o governo da Ucrânia para prejudicar o ex-vice-presidente Joseph Biden, que é candidato a presidente.
Se Bolsonaro tivesse chanceler, teria sido aconselhado a gastar aquela meia hora conversando com um engraxate brasileiro na Grand Central Station.
CALOTE DO FIES – O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse aos donos de universidades privadas que namoram um refresco para se livrar do calote que estimularam no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) o que todos os ministros já deveriam ter dito: “O que o governo vai fazer por vocês? Nada. Vocês têm que se virar.”
Segundo o ministro, “o Fies foi um crime do ponto de vista financeiro.” Mais que isso: foi o mais audacioso e custoso lance da privataria. O Fies dava financiamento a quem tirava zero na prova de redação, aceitava fiadores de fancaria, produziu um mico de R$ 17 bilhões e enriqueceu empresários espertalhões, ou senis, que acreditavam no moto contínuo.
CUMPLIICIDADE – Esse desastre foi construído com a cumplicidade da burocracia do MEC. Como dizia o ministro Paulo Renato: “Há setores que você pode até entregar para as freiras carmelitas descalças, mas na segunda reunião elas chegam com bolsas Vuitton”.
Se Weintraub mantiver sua promessa, a turma que passou a inadimplência de seus fregueses para a Viúva e ajeitou suas contas fazendo doações a candidatos, oferecendo cursos a gente boa, y otras cositas más , ficará chupando dedo.
Quem puder, se vira, quem não puder, quebra. E bola ao centro.
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