Foto: Dida Sampaio/Estadão
Augusto Aras
O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou
neste sábado (28), por meio de nota, que considera “inaceitáveis as
atitudes” divulgadas por Rodrigo Janot, ex-chefe da PGR, que afirmou ter
tido a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo
Tribunal Federal). “O Ministério Público Federal é uma instituição que
está acima dos eventuais desvios praticados por qualquer um de seus
ex-integrantes”, diz a nota da assessoria de Aras.“O procurador-geral da República, Augusto Aras, considera inaceitáveis as atitudes divulgadas no noticiário a respeito de um de seus antecessores. E afirma confiar no conjunto de seus colegas, homens e mulheres dotados de qualificação técnica e denodo no exercício de sua atividade funcional. Os erros de um único ex-procurador não têm o condão de macular o MP e seus membros. O Ministério Público continuará a cumprir com rigor o seu dever constitucional de guardião da ordem jurídica”, afirma a manifestação.
Um dia após os relatos de Janot, que disse ter entrado armado na corte em 2017 para assassinar Gilmar, o ministro Alexandre de Moraes ordenou uma ação de busca e apreensão pela Polícia Federal em endereços ligados ao ex-PGR em Brasília. Ele também determinou a imediata suspensão de todos os portes de arma em nome de Janot e ordenou que ele mantenha distância de no mínimo 200 metros de qualquer ministro e da sede do tribunal.
As decisões de Moraes foram tomadas no âmbito do controverso inquérito das fake news, que investiga ameaças a integrantes do STF. A investigação foi aberta em março pelo presidente da corte, ministro Dias Toffoli, e motivou críticas na ocasião inclusive da então PGR Raquel Dodge, para quem ele desrespeitou o processo legal ao abrir inquérito de ofício, sem ser provocado por outro órgão.
Janot disse na quinta (26) à Folha e a outros veículos que entrou no Supremo em 2017 armado com uma pistola com a intenção de matar Gilmar Mendes por causa de insinuações que ele teria feito sobre sua filha. Ele afirmou que, em seguida, pretendia se suicidar. O ex-procurador narra o episódio num livro de memórias que está lançando neste mês —sem nomear Gilmar.
Folha de S.Paulo
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