O ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez está certo: universidades
têm que formar elites - como acontece nas grandes universidades
anglo-saxônicas -, e não distribuir diplomas a torto e a direito.
Afinal, o mundo também precisa de padeiros, pedreiros etc.:
Ricardo Vélez Rodrigues, ministro da Educação sob o governo de Jair
Bolsonaro, afirmou, em entrevista ao Valor Econômico, que “a ideia de
universidade para todos não existe”, e acrescentou que o ingresso nas
instituições superiores de ensino “devem ficar reservadas para uma elite
intelectual, que não é a mesma elite econômica [do país]”.
À frente do MEC, o colombiano defende que a demanda mais urgente do
país, no momento, é aproximar o ensino médio do técnico e, dessa forma,
introduzir os jovens no mercado de trabalho.
Ao Valor, Vélez alegou que se uma pessoa estuda vários anos na
universidade para se formar como advogado, por exemplo, e acaba como
motorista de Uber, é uma ‘perda de tempo’, embora tenha dito que não tem
“nada contra o Uber”. Como solução, ele propõe evitar esse
‘desperdício’ e investir no ensino técnico, vertente que traz resultados
financeiros mais rapidamente do que cursos de graduação.
Além disso, o ministro afirmou que seu papel é apenas elaborar as
diretrizes – alinhadas ao emblema do atual presidente do país “Menos
Brasília, mais Brasil”. A elaboração dos projetos e outras funções,
dessa forma, serão responsabilidade de seus secretários.
Metas de Educação
Entre os objetivos do governo já anunciados, relacionados à educação,
está a regulamentação, por meio de medida provisória, do Homeschooling.
A prática, conhecida como ensino domiciliar, é uma das metas do governo
para os 100 primeiros dias do mandato de Bolsonaro. Um documento
divulgado recentemente diz que “[o governo] irá regulamentar “o direito à
educação domiciliar, reconhecido pelo STF [Supremo Tribunal Federal],
por meio de Medida Provisória, beneficiando 31 mil famílias que se
utilizam desse modo de aprendizagem”. O programa “Alfabetização Acima de
Tudo” também é meta prioritária.
Além disso, outra promessa da pasta de Educação é mudar a forma de
manutenção financeira das universidades e institutos federais. Vélez
afirmou, no entanto, que a cobrança de mensalidades nessas instituições
não é uma proposta que está sendo considerada pelo Ministério, no
momento. As alternativas seriam incentivar a busca de diferentes fontes
de financiamento, como a possibilidade de uso integral dos recursos
próprios - arrecadados por meio de parcerias com prefeituras, governos
estaduais e empresas privadas - e a criação de fundos patrimoniais.
A militarização das escolas municipais também está na lista de
possibilidades de ação do governo. Vélez disse que sua pasta apoiará
prefeituras interessadas em militarizar a administração das
instituições, que ficariam a cargo de PMs ou do Exército. "Na medida em
que as escolas municipais pedirem auxílio, as polícias ou as Forças
Armadas da respectiva localidade respondem, e o Ministério dá apoio",
afirmou.
O enxugamento do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), iniciado
pelo governo Temer, também continuará, de acordo com o ministro da
educação. (Gazeta do Povo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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