MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Radicalismo político desperta sentimentos realmente descontrolados e irracionais


Jair Bolsonaro, que já recebe visitas, faz o sinal “positivo”
Carlos Newton
Quando surgiu a primeira notícia sobre o esfaqueamento de Jair Bonsonaro, nesta quinta-feira à tarde, postei aqui uma matéria da revista IstoÉ que terminava com informação tranquilizadora de um de seus filhos, o deputado Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), que é candidato ao Senado no Rio. Ele postou nas redes sociais que o pai sofreu o atentado em Juiz de Fora, uma estocada com faca na região do abdômen. “Graças a Deus, foi apenas superficial e ele passa bem. Peço que intensifiquem as orações por nós!”, escreveu.
Em sequência a esta informação positiva sobre o estado de saúde dele, redigi uma Nota da Redação, nos seguintes termos: “O radicalismo político desperta paixões verdadeiramente descontroladas e irracionais. Não se deve pregar a violência, como Bolsonaro fez no Acre, dizendo que ia ‘fuzilar a petralhada’. Estamos entrando uma nova era sinistra, em matéria de política”.
Em nenhum momento defendi ou justifiquei o agressor. Apenas lamentei que o candidato fizesse declarações deste nível em sua campanha, porque “o radicalismo político desperta paixões verdadeiramente descontroladas e irracionais”.
VALE O ESCRITO – O que escrevi nem foi uma opinião, foi uma simples constatação. Bolsonaro lidera com folga a eleição, não deveria continuar fazendo esse tipo de declaração pública. Em 1915, o senador Pinheiro Machado, o “condestável” da Velha República, fazia declarações assim contra os rivais dizendo que eles iriam assassiná-lo. Em entrevista ao jornalista João do Rio, disse ele: “Morro na luta. Matam-me pelas costas, são uns ‘pernas finas’. Pena que não seja no Senado, como César…”
Pois foi exatamente o que aconteceu, em 8 de setembro de 1915, quando foi apunhalado pelas costas por um cidadão chamado Manso de Paiva, que disse ter agido “por vontade própria”.
VIOLÊNCIA POLÍTICA – São abundantes os exemplos de violência causada por radicalismo político, como a morte do governador paraibano João Pessoa em 1930, a tiros; o assassinato do major Rubens Vaz, em 1954, também a tiros; e a morte do senador José Kairala em 1963, atingido por uma bala perdida de Arnon de Mello (pai de Fernando Collor), que atirou em Silvestre Péricles no plenário do Senado, atingiu o parlamentar acreano, que era suplente de José Guiomard e no dia seguinte deixaria o mandato.
Os senadores alagoanos Arnon de Mello e Silvestre Perícles foram presos em flagrante. Mesmo tendo o homicídio ocorrido perante testemunhas, ficaram presos pouco tempo e foram inocentados pelo Tribunal do Júri de Brasília.
Na política estadual e municipal, a violência é ainda mais comum. Em 1993, o então governador paraibano Ronaldo Cunha Lima atirou à queima-roupa no ex-governador Tarcísio Buriti, num restaurante. Os tiros atingiram a boca e o tórax de Buriti, que sobreviveu ao atentado. Cunha Lima foi processado, tinha foro especial e o Supremo jamais o condenou. Isto é Brasil.
BOLSONARO – Quanto ao candidato Bolsonaro, devo confessar que nem de longe o considero o pior candidato. Apoio muitas teses dele, como o maior rigor no combate aos criminosos, sem benefícios de redução de pena. Sou favorável à ordem para o policial alvejar quem estiver portando fuzil. E defendo ardorosamente o direito de cada homem de bem possuir armas, como ocorre na Suíça, que tem a população mais armada do mundo.
E vou além. Dependendo de quem ficar contra ele no segundo turno, posso até votar nele. Com tenho escrito aqui, não há nada tão perto do comunismo democrático do que a carreira militar, que defende a ordem, a meritocracia, a disciplina, a garantia de assistência médica e educação gratuita para todos, a igualdade de oportunidades e a redução das desigualdades sociais. Pensem nisso, pois o comunismo moderno pode ser praticado em ordem unida, pela força do voto.
Posted in |

Nenhum comentário:

Postar um comentário