MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Na verdade, não há novidades nem mistérios no quadro eleitoral da sucessão


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Charge do Newton Silva (Arquivo Google)
Pedro Meira
Não vejo grandes mistérios no quadro eleitoral. Bastava observar a realidade chã. O petismo se alimenta da popularidade de Lula, e o bolsonarismo da descrença no sistema. Desde o início foi previsível o avanço do PT, fosse quem fosse o candidato, dada a máquina de propaganda do partido.
As intenções de votos em Haddad consistem basicamente dos satisfeitos com a era lulista, dos beneficiados com o assistencialismo governamental, dos que tiveram algum ganho econômico temporário na onda do crescimento alimentado pela alta das commodities, dos “intelectuais” doutrinados nas universidades, dos que trabalham para os campeões nacionais financiados pelo BNDES.
VIDA OU MORTE – Além disso, esta é uma eleição de vida ou morte para o PT, que precisa assegurar sua posição entre as principais forças políticas do país. Isso é mais importante para o PT até do que ganhar a eleição. Se disputar o segundo turno e perder, mesmo para Bolsonaro, o PT garante seu lugar de cabeça da oposição. Mesmo isso seria melhor para o PT do que se retirar e ficar por atrás de um Ciro Gomes, como sugeriam os pretensos entendidos da política nacional. Se fizesse isso, o PT perderia seu protagonismo e ficaria um partido igual aos outros, um MDB pintado de vermelho.
O eleitorado do Bolsonaro consiste principalmente de conservadores que votaram no PSDB a contragosto nas últimas quatro ou cinco eleições presidenciais, e que desejam algum tipo de mão firme contra a corrupção e a criminalidade. Era o tipo de eleitor que em São Paulo votava no Maluf e seu slogan “A Rota vai pra rua”.
HAVIA DÚVIDAS – Pessoalmente, cheguei a duvidar que a candidatura do Bolsonaro fosse adiante, não porque fosse desprovida de apelo popular, mas pela sua rejeição pelo sistema político, haja vista a longuíssima novela da escolha de seu vice. Pensava que a falta de dinheiro para campanha e de apoio partidário para montar uma chapa o levariam até a desistir da candidatura à presidência.
De resto, a campanha de Bolsonaro se alimenta da desilusão com o sistema político e da rejeição ao onipresente discurso politicamente correto da mídia.
TERCEIRA VIA? – Nunca houve nem há espaço para a terceira via tão sonhada pelos analistas políticos. O país está dividido entre petismo e antipetismo e este último se voltou para Bolsonaro porque este lhe encarnou melhor o espírito.
As propaladas terceiras vias tão anunciadas e festejadas pelos comentaristas políticos desde 2017 eram todas irrealistas. O Joaquim Barbosa é odiado pela esquerda por ter condenado José Dirceu, e perdeu o respeito dos antipetistas quando se aposentou do STF. Com votos de quem ele se elegeria?
A candidatura do Luciano Huck sempre foi uma piada, ele destruiria sua carreira televisiva se levasse a sério as bajulações de que foi alvo. O Ciro, a quem alguns agora querem se agarrar por puro desespero, nunca teve idéias nem ações coerentes, e não parece ter mais intenção real de competir para ganhar, está apenas jogando para angariar simpatias aos petistas, e ter seu carguinho no governo Haddad.
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