PF informou que ainda está analisando gravações
Uma jovem de 18 anos, moradora de Juiz
de Fora (MG), denunciou à Polícia Federal (PF) e à polícia de Minas
Gerais estar recebendo ameaças de morte após ser acusada por internautas
de participar do ataque contra o candidato à Presidência da República,
Jair Bolsonaro. A estudante passou a ser alvo de ameaças após a agressão
sofrida pelo candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, no
último dia 6.
A mãe da estudante A.C. garante que a
filha foi confundida com uma mulher homônima que alguns internautas
acusam de ter entregue a Adélio Bispo de Oliveira a faca com que o
desempregado feriu o político. A jovem é a segunda pessoa cujo nome e
dados pessoais são divulgados nas redes sociais por internautas que as
acusam, sem provas, de participação no crime.
“Existem muitas pessoas com um nome
parecido ao da minha filha. De repente, ela começou a ver sua foto
divulgada nas redes sociais. Divulgaram inclusive o número do telefone
dela. Passaram a telefonar dizendo que vão encontrá-la; que vão matá-la;
que ela deve ser presa”, contou a mãe da menina à Agência Brasil, que
prefere manter o sigilo do nome para preservação da família.
Com um tom de voz preocupado, a mãe da
jovem disse que a filha está com medo. “Ela está muito assustada com
tudo o que está acontecendo. Não está saindo de casa e apagou tudo das
redes sociais”.
Explicações
A mãe acrescentou ainda que a filha, que
está no ensino médio, estava em casa no momento em que o candidato foi
esfaqueado e não tem envolvimento com política partidária. “Nós ainda
nem sabemos ao certo em quem vamos votar. Conversamos sobre política
como qualquer família ou pessoa”, acrescentou a mãe da menina, pedindo
que seu nome não fosse divulgado.
Temendo pela segurança da filha, a
família deu queixa das ameaças à polícia e compareceu à delegacia da
Polícia Federal (PF), em Juiz de Fora. É a PF quem está investigando o
ataque contra Bolsonaro – inclusive se o agressor recebeu ajuda de
alguém. Detido logo após desferir a facada que atingiu os intestinos
grosso e delgado do candidato, Adélio Bispo de Oliveira confessou o
crime. Durante seu depoimento, Oliveira disse ter agido sozinho, por
ordem de Deus.
Outro Lado
Por meio de sua assessoria, a PF
confirmou que o delegado-substituto de Juiz de Fora recebeu a mãe e a
menina esta manhã e que nem a jovem, nem qualquer outra pessoa cujo nome
está sendo divulgado na internet são investigadas. Ainda de acordo com a
assessoria, peritos já analisaram diversas gravações do momento do
ataque, sem identificar nada que acrescentasse ao que o agressor disse
em depoimento.
Oliveira foi indiciado no Artigo 20 da
Lei de Segurança Nacional, que prevê ataques à pessoas ou atos de
terrorismo praticados por inconformismo político ou para a obtenção de
fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou
subversivas são passíveis de pena de reclusão de até dez anos – punição
que pode ser dobrada quando houver lesão corporal grave; ou triplicada
quando o ataque causar a morte da vítima.
Na conta no Twitter, o filho de Jair
Bolsonaro, o deputado federal Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), escreveu que
algumas pessoas tratadas nos vídeos como se tivessem colaborado com o
atentado já foram identificadas e não têm relação com o crime.
Fonte: agenciabrasil,ebc.com.br
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