Postos de gasolina amanhecerem com filas quilométricas pelo terceiro dia consecutivo
Os caminhoneiros que transportam diesel e gasolina, conhecidos como tanqueiros, explicam que neste primeiro dia de movimento estão negociando com as distribuidoras e com o governo federal. Eles querem o cumprimento da Lei do Frete e a redução do preço do diesel. Caso não cheguem a um acordo sobre as reivindicações, os tanqueiros não descartam cruzar os braços. Em maio deste ano, caminhoneiros de diversos setores fizeram greve. Na ocasião, por causa da falta de combustível, escolas e postos de saúde foram fechados e supermercados ficaram desabastecidos.
Mesmo com os postos abastecidos, os motoristas de BH fizeram uma corrida para encher os tanques. O temor de muitos é que a situação fique parecida com a ocorrida na primeira greve dos caminhoneiros. Desde sábado (1º), todos os postos estão lotados e muitos empresários aproveitaram para aumentar o preço do combustível.
Lei do Frete
Conforme o Sindtanque, uma das principais reivindicações da categoria é o cumprimento da Lei 13.703/2018, conhecida como Lei do Frete. Ela foi sancionada em 8 de agosto e instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Mas os tanqueiros reclamam que as regras não estão sendo cumpridas.
"Desde a publicação da lei, por falta de fiscalização, os transportadores, de todos os setores, vêm amargando grandes prejuízos, pois os embarcadores têm se recusado a obedecer a tabela de frete mínimo. Exemplo disso é a própria BR Distribuidora, que reduziu o frete em mais de 20% em seus leilões”, justifica o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes.
Ele também critica o aumento de 13% no preço do diesel, nas refinarias, anunciado pela Petrobras no dia 31 de agosto. “Mesmo com o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, o governo tem que cumprir a Medida Provisória 838/2018 e manter a subvenção de R$ 0,46 no valor do diesel até o final do ano”, cobrou.
O presidente do Sindtanque informou que, se nos próximos dias as distribuidoras não cumprirem a lei e nenhuma providência for tomada pelo governo federal, os transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo que atuam no Estado poderão cruzar os braços a qualquer momento e por tempo indeterminado.
A reportagem procurou pela BR, distribuidora da Petrobras, e aguarda retorno.
Outras entidades
O presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), José Roberto, garante que não há paralisação marcada para acontecer nas próximas semanas. “No momento estamos ainda nos reunindo e discutindo uma possível paralisação para acontecer na semana das eleições, é nisto que estamos trabalhando”, afirma.
Já a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) divulgou uma nota comunicando o planejamento de uma mobilização que vai acontecer no próximo dia 10 de setembro, iniciando uma paralisação por tempo indeterminado. Em nota, a UDC afirma que a paralisação prevista para a próxima semana é em decorrência da falta de fiscalização da ANTT sobre o cumprimento dos valores previstos na tabela de frete instituída na resolução 5.820 de 30 de maio de 2018, e do aumento do preço do diesel, que varia entre 13% e 14,5%, em todo o país.
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