O Globo
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, avalia que os efeitos do atentado à facada sofrido por Jair Bolsonaro (PSL), na última quinta-feira, vão se diluir ao longo do tempo e não terão influência central no debate eleitoral “em uma ou duas semanas”. Segundo ele, embora o brasileiro seja solidário, vai querer uma “solução equilibrada” nas urnas.
Em caminhada em Mauá, na Grande São Paulo, Ciro disse que, ao que consta até agora, as investigações da Polícia Federal (PF) apontam que o autor do crime foi um “desmiolado”, e que nos próximos dias as pessoas vão discernir o que é o “sentimento cristão de solidariedade” e se preocupar com a “decisão sobre o futuro do país”.
SOLIDARIEDADE – “O povo brasileiro tem uma solidariedade humana muito instantânea. E não foi só solidário, no geral, como uma pequena fração atingiu também a decisão de voto. Logo mais ficará claro que será só um momento emocional, compreensível, legítimo, coerente com a vida brasileira, e o debate voltará ao seu leito normal” – falou.
As declarações de Ciro foram dadas no dia em que foi divulgada pesquisa encomendada pelo banco BTG Pactual. O candidato do PSL passou de 26% para 30% das intenções de voto na série estimulada. Na avaliação de Ciro, os números não atestam “vitória em primeiro turno”, como alegam correligionários, e voltou a reforçar que Bolsonaro representa um “risco muito grave à nação brasileira”.
EXTREMISMO – “Bolsonaro representa um pensamento compreensível, mas uma revolta muito zangada, extremista, radical. E a maioria esmagadora do nosso povo quer uma solução equilibrada “- disse, acrescentando. – Não concordo com nada que ele diz, pensa ou representa (…) Agora que ele está fora de perigo, é bola pra frente, vida que anda.
Questionado sobre as principais diferenças que tem de Fernando Haddad, que deve ser oficializado candidato do PT esta semana no lugar de Lula, Ciro poupou o amigo de críticas.
– O povo já está ligado nisso já faz uns dez, 15 dias. Já prosperou a informação (de que Haddad será candidato). E o que tenho que fazer é persistir na ideia de que o Brasil precisa de um projeto, com conteúdo prático: emprego aos pais e educação aos filhos.
DESCULPAS – Antes de cumprimentar apoiadores, Ciro ainda pediu desculpas em nome de sua militância, à candidata da Rede, Marina Silva, que foi chamada de “golpista” na entrada do debate da TV Gazeta. O pedetista também avaliou positivamente seu desempenho e elogiou o engajamento “sem robôs” de seus apoiadores na internet.
Ciro caminhou ao lado de Antonio Neto e Marcelo Cândido, candidatos ao Senado e governo, respectivamente, pelo PDT em São Paulo, de sua mulher, Giselle Bezerra, e também da diretora Marlene Mattos, que trabalhou por 18 anos com Xuxa, e que é responsável pelas mídias sociais de Cândido. Ao fim do percurso na praça 22 de novembro, no centro de Mauá, convocou os presentes a repetir a palavra “Mude”, mote de sua campanha, e clamou por apoio.
– Se você quer que o Brasil mude, estamos juntos nessa batalha – disse, fazendo menção aos 63 milhões de pessoas com nome sujo no SPC e dos 63,8 mil brasileiros assassinados no último ano.
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