VERDADE SUFOCADA
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- Escrito por jo.ustra
Uma sociedade doente
Osmar José de Barros Ribeiro - 30/06/2018
Indubitavelmente, a sociedade brasileira está doente. As causas dos seus problemas há que reconhecer, são múltiplas e tem origem em uma concepção, desde o início, defeituosa. Assim, nosso desenvolvimento vem sendo, infelizmente, marcado pelas anomalias advindas dos males iniciais os quais, não sendo corrigidos a tempo, agravaram-se nos dias atuais.
Fomos, desde o início, uma terra a ser explorada. Nossos primeiros colonizadores foram os degredados pela metrópole, condenados a viver, se pudessem, entre silvícolas incultos e ferozes. Tal prática, pela premente necessidade de povoar e defender a conquista, foi continuada por muitos e muitos anos. O colonizador que, premido por necessidades diversas se aventurava na nova terra, tinha um sonho: enriquecer e voltar à terra natal. Quem não conseguia alcançar tal objetivo continuava por aqui, sempre buscando, por todos os meios e formas, tornar-se importante.
A necessidade de conter a cobiça estrangeira sobre a terra descoberta levou à sua divisão em Capitanias, já então hereditárias. E tal hereditariedade atravessou os Governos Gerais, a criação do Reino, o Império e encontrou sua continuação, mutatis mutandi, na República. Assim, ao longo de pouco mais de quinhentos anos, nossa História é uma sucessão de erros e dos seus consequentes fracassos, como não poderia deixar de ser. Vivemos ainda e principalmente nas áreas menos desenvolvidas, a tradição dos reinóis que tudo podiam, hoje travestidos de líderes políticos que fazem e desfazem segundo seus caprichos.
Tivemos um breve interregno, entre 1964 e 1985, quando alcançamos a posição de 8ª economia mundial. Mas o nosso desenvolvimento foi apenas um soluço e, com o advento da “constituição cidadã”, em lugar de buscarmos um lugar no concerto das nações, passamos a nos preocupar com “direitos”: dos presidiários, das mulheres, daqueles que tem dúvidas quanto ao sexo que lhes foi dado pela natureza, das minorias étnicas etc.
Preocupados com tais “direitos” e na busca de outros, em geral difusos, mais uma vez embarcamos na cultura bacharelesca que tanto tem prejudicado o desenvolvimento nacional. A prova está em que hoje, em tribunais disso e daquilo, juízes, promotores, advogados e bacharéis, constituem o patamar financeiramente mais elevado do serviço público, em detrimento de professores, cientistas, pesquisadores e engenheiros.
Quando lembramos (ou nos é lembrado) que em 1950 a Coréia do Sul estava, em termos de desenvolvimento, atrás do Brasil, dá vontade de, como dizia Nelson Rodrigues, sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho. Hoje, aquele país exporta manufaturas para o mundo, de automóveis a telefones celulares, enquanto nos orgulhamos de possuirmos montadoras (não fábricas) de veículos, etc. Pesquisa recente dá conta de que 62% dos nossos jovens não mais acredita no Brasil e, com eles, boa parte dos brasileiros em idade produtiva sonha em emigrar para outros países.
Somos não há como negar, uma sociedade doente. Não conhecendo nosso passado, o presente se nos afigura como um beco sem saída ou um túnel do qual não enxergamos a luz que marca seu final. Assim, sem o lastro proporcionado pelo conhecimento dos erros e acertos de antanho, vagamos sem rumo no presente, tal e qual um cego em busca da porta que sabe existir, mas cuja localização desconhece.
Que belo futuro nos espera!
***
Osmar José de Barros Ribeiro
ojbarrosr@gmail.com
Em 24 de junho de 2018
Osmar José de Barros Ribeiro - 30/06/2018
Indubitavelmente, a sociedade brasileira está doente. As causas dos seus problemas há que reconhecer, são múltiplas e tem origem em uma concepção, desde o início, defeituosa. Assim, nosso desenvolvimento vem sendo, infelizmente, marcado pelas anomalias advindas dos males iniciais os quais, não sendo corrigidos a tempo, agravaram-se nos dias atuais.
Fomos, desde o início, uma terra a ser explorada. Nossos primeiros colonizadores foram os degredados pela metrópole, condenados a viver, se pudessem, entre silvícolas incultos e ferozes. Tal prática, pela premente necessidade de povoar e defender a conquista, foi continuada por muitos e muitos anos. O colonizador que, premido por necessidades diversas se aventurava na nova terra, tinha um sonho: enriquecer e voltar à terra natal. Quem não conseguia alcançar tal objetivo continuava por aqui, sempre buscando, por todos os meios e formas, tornar-se importante.
A necessidade de conter a cobiça estrangeira sobre a terra descoberta levou à sua divisão em Capitanias, já então hereditárias. E tal hereditariedade atravessou os Governos Gerais, a criação do Reino, o Império e encontrou sua continuação, mutatis mutandi, na República. Assim, ao longo de pouco mais de quinhentos anos, nossa História é uma sucessão de erros e dos seus consequentes fracassos, como não poderia deixar de ser. Vivemos ainda e principalmente nas áreas menos desenvolvidas, a tradição dos reinóis que tudo podiam, hoje travestidos de líderes políticos que fazem e desfazem segundo seus caprichos.
Tivemos um breve interregno, entre 1964 e 1985, quando alcançamos a posição de 8ª economia mundial. Mas o nosso desenvolvimento foi apenas um soluço e, com o advento da “constituição cidadã”, em lugar de buscarmos um lugar no concerto das nações, passamos a nos preocupar com “direitos”: dos presidiários, das mulheres, daqueles que tem dúvidas quanto ao sexo que lhes foi dado pela natureza, das minorias étnicas etc.
Preocupados com tais “direitos” e na busca de outros, em geral difusos, mais uma vez embarcamos na cultura bacharelesca que tanto tem prejudicado o desenvolvimento nacional. A prova está em que hoje, em tribunais disso e daquilo, juízes, promotores, advogados e bacharéis, constituem o patamar financeiramente mais elevado do serviço público, em detrimento de professores, cientistas, pesquisadores e engenheiros.
Quando lembramos (ou nos é lembrado) que em 1950 a Coréia do Sul estava, em termos de desenvolvimento, atrás do Brasil, dá vontade de, como dizia Nelson Rodrigues, sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho. Hoje, aquele país exporta manufaturas para o mundo, de automóveis a telefones celulares, enquanto nos orgulhamos de possuirmos montadoras (não fábricas) de veículos, etc. Pesquisa recente dá conta de que 62% dos nossos jovens não mais acredita no Brasil e, com eles, boa parte dos brasileiros em idade produtiva sonha em emigrar para outros países.
Somos não há como negar, uma sociedade doente. Não conhecendo nosso passado, o presente se nos afigura como um beco sem saída ou um túnel do qual não enxergamos a luz que marca seu final. Assim, sem o lastro proporcionado pelo conhecimento dos erros e acertos de antanho, vagamos sem rumo no presente, tal e qual um cego em busca da porta que sabe existir, mas cuja localização desconhece.
Que belo futuro nos espera!
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Osmar José de Barros Ribeiro
ojbarrosr@gmail.com
Em 24 de junho de 2018
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