Está disponível no site
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a sexta edição do Painel
de Precificação de Planos de Saúde, com dados de 2017. A publicação,
anual, apresenta um panorama da formação inicial dos preços dos planos
de assistência à saúde em comercialização no mercado brasileiro, além de
monitorar a evolução dos preços e analisar os reajustes por mudança de
faixa etária e demais componentes, como o custo médio de consultas
médicas, exames, internações, atendimentos ambulatoriais e terapias.
O painel é organizado a partir dos dados
fornecidos pelas operadoras de planos de saúde, que informam o preço
inicial dos produtos com os valores iniciais de formação de preço.
Segundo a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência,
Simone Freire, o instrumento ajuda a compreender o setor de saúde
suplementar no Brasil.
“O Painel de Precificação é um
instrumento importante para compreender o setor, já que possibilita ao
mercado visualizar fatores como os custos desse produto, média de
utilização e variação média de reajuste. A ferramenta não visa
acompanhar os valores cobrados pelas operadoras de planos de saúde, uma
vez que a ANS não define preço de produto, mas permite entender a
formação de custo desse setor”, explicou Simone Freire.
A agência destaca que os preços
efetivamente praticados ao consumidor devem estar dentro do limite de
30% acima ou abaixo do Valor Comercial da Mensalidade informado à ANS.
Também não podem estar abaixo dos custos assistenciais, incluindo uma
margem de segurança, para evitar a prática de preços predatórios com o
objetivo de eliminar concorrentes em determinado mercado.
Análise
A análise deste ano apresenta os valores
da sétima faixa de segmentação, que vai dos 44 aos 48 anos, e um total
de 640 operadoras de todos os estados, incluindo tanto a modalidade
Coletiva (empresarial e por adesão) quanto a contratação Individual ou
Familiar. O valor comercial médio entre todas as Unidades da Federação é
de R$ 808,27 no caso de planos individuais e de R$ 559,71 para os
planos coletivos, com diferença percentual entre as duas de 43,8%.
O estado de São Paulo apresentou o menor
valor comercial médio para a faixa, tanto para planos individuais, com
R$ 507,12, quanto para os coletivos, que teve valor médio de R$ 452,77.
São Paulo também teve a menor diferença entre os valores dos dois tipos,
de 12%.
Tocantins apresentou o maior valor
comercial médio de planos individuais, com R$ 1.036,62, e Mato Grosso do
Sul o maior para os planos coletivos, com R$ 595,82. A maior diferença
entre as duas modalidades foi encontrada em Roraima, com 77,7%.
Custo
Quanto
ao preço de custo das assistências prestadas pelos planos de saúde
individuais para a faixa etária de 44 a 48 anos, as consultas médicas
ficaram na média em R$ 69,70, com frequência de utilização anual (uso do
plano pelo beneficiário por ano) de 6,27; demais despesas assistenciais
ficaram em R$ 85,79 e frequência de utilização anual de 9; exames
complementares custaram R$ 30,34, com uso anual de 19,84; internações
custam R$ 5.048,72, com média de uso anual de 0,21; outros atendimentos
ambulatoriais saem por R$ 100,56, com frequência de utilização anual de
1,14; e as terapias têm custo médio de R$ 76,57 e uso médio de 1,98 por
ano.
Nos planos coletivos, as consultas
médicas ficaram na média R$ 72,01, com frequência de utilização anual de
5,74; demais despesas assistenciais ficaram em R$ 78,87 e frequência de
utilização anual de 3,95; exames complementares custaram R$ 33,78, com
uso anual de 16,87; internações custam R$ 4.905,70, com média de uso
anual de 0,22; outros atendimentos ambulatoriais saem por R$ 107,23, com
frequência de utilização anual de 1,35; e as terapias têm custo médio
de R$ 70,52 e uso médio de 2,10 por ano.
De janeiro de 2013 a dezembro de 2017, a
evolução do custo médio dos atendimentos para a faixa etária dos 44 aos
48 anos, sem diferenciar o tipo de contratação, foi de 49,67% nas
consultas médicas, de 54,73% nos exames complementares, de 88,14% nas
terapias, de 61,27% nas internações. Outros atendimentos ambulatoriais
tiveram aumento do custo médio de 22,24%. Já o custo nas demais despesas
assistenciais houve decréscimo de 20,08% no período.
As despesas não assistenciais que são
adicionadas na composição do preço, como administrativas, comerciais e
margem de lucro, chamadas de carregamentos, ficaram com uma média de
35,25%. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) foi
procurado pela Agência Brasil para comentar os dados da ANS, mas
informou que ainda não foi possível fazer a análise das tabelas.
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