DIGA BAHIA! O
presidente Michel Temer afirmou hoje (8) que o Brasil pode caminhar
para a adoção do parlamentarismo como sistema de governo em 2018. Ao
dizer que tem muita simpatia pelo sistema, Temer argumentou que o Brasil
já fazendo “quase um pré-exercício de parlamentarismo”. Segundo o
presidente, o Poder Legislativo era visto como um apêndice do Poder
Executivo e, em seu governo, os dois trabalham juntos.
“Não é improvável que este exemplo que estamos dando possa em breve
tempo se converter em um sistema semipresidencialista ou
semiparlamentarista. Há de ser um sistema parlamentarista do tipo
português ou francês, em que também o presidente da República, sobre ser
eleito diretamente, ainda tem uma presença muito ativa no espectro
governativo. Se [o parlamentarismo] puder vir em 2018, seria ótimo, mas,
se não vier, quem sabe prepara-se para 2022”, disse Temer, após
participar da abertura do 27º Congresso Fenabrave (Federação Nacional da
Distribuição de Veículos Automotores).
Imposto de Renda
Temer negou que o governo considere o aumento da alíquota do Imposto
de Renda. “Há os mais variados estudos que se fazem rotineiramente pelos
ministérios da Fazenda, do Planejamento. Este é um estudo dos que estão
sendo feitos, mas nada decidido.”
Em discurso na abertura do congresso, o presidente elogiou as
reformas já feitas em sua administração e as que ainda estão em
andamento. Ele afirmou que faz um governo reformista, que busca colocar o
país nos trilhos. “Este é um governo reformista, que busca colocar os
trilhos no lugar para que quem chegar em 2018 possa apanhar a locomotiva
e caminhar com naturalidade.”
Temer lembrou que, quando chegou ao governo, o país registrava
inflação de quase 10% e que atualmente o índice está em 3%. “A taxa
Selic, que estava em 14,25%, hoje está em 9,25% devendo chegar a 7,5% no
final deste ano. Isso exigirá que a taxa de juros real também caia e
isso vai significar possibilidade de crédito mais aberto”, disse.
O presidente destacou também que fazer a reforma da Previdência é
prever o futuro e garantir a aposentadoria no futuro em um país como o
Brasi,l no qual o déficit previdenciário foi de R$ 184 bilhões este ano e
que deve chegar a R$ 205 bilhões no ano que vem, caso nada seja feito.
“Se não fizermos nada. será dificílimo enfrentar os próximos anos. Pois
só haverá recursos para pagar o funcionalismo público e a Previdência”.
Reformas
Ele lembrou ainda que, no início do governo, não foi fácil propor o
teto para os gastos públicos, que significa cortar na própria carne.
“Muitos chamaram isso de PEC [proposta de emenda à Constituição] da
Morte, que iria acabar com a educação e a saúde. Passou o tempo e
construímos o orçamento pautados pela PEC da Morte e aumentamos a verba
para R$10 milhões para cada área”. Quanto à reforma do ensino médio,
Temer ressaltou que a proposta foi feita com base em trechos de vários
projetos de lei propostos no Congresso Nacional. “Houve oposição e
crítica, mas foi aprovada por mais de 95% de todos os setores”.
Temer disse também que foi positiva a reforma trabalhista. Ele
ressaltou que a modernização da legislação foi obtida com diálogo aberto
entre governo, empresários e centrais sindicais. Segundo o presidente,
ao longo dos últimos 14 meses, seu governo tem prestigiado a iniciativa
privada com a convicção de que o combate ao desemprego ocorre pelo
estímulo à atividade do setor privado.
“Uma das tarefas é tentar mudar a cultura do Brasil dizendo que há
desemprego, mas não querer que haja produção. Se você não incentivar a
indústria, o setor de serviços, o agronegócio, como se criará emprego? É
preciso incentivar a atividade conjugada de todos os setores da
iniciativa privada”. Ele ressaltou ainda que o estado não pode prosperar
se não transferir várias de suas atividades para a iniciativa privada.
“É o que estamos fazendo. Estamos modernizando o país,” afirmou o
presidente.
Agência Brasil
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